5 Poemas de Caco Ishak

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Caco Ishak nasceu já incloroquinável em 1981. Autor de “Má reputação” (2006), ”Não precisa dizer eu também” (2013) e ”Eu, cowboy” (2015), além de contos e poemas publicados em coletâneas por aí. Os publicados aqui estão no livro “Tubaína”, recém-fechado. Elocubra em twitter.com/cacoishak


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o deboche-emergencial
de um doutor d’alegria
granadas sob o jaleco

troll cloro-equino
doutor frankenstein
o meme ressuscitado

pernas de joão
braços de pedro
corações de marielle
num espeto a domicílio

e a seco
tubaínas


***

purpurinites por teias bambas
via fratura imposta à mucosa

à locação esterno
pleiteiam-se alvéolos

máscaras já não pulam carnaval


***

contaminados de berço vendamos lábios
que ainda ontem arrancavam mamilos

engolimos o que nos cospem
das sacadas: papeiros, colostro

natimortos assintomáticos
engatinhando em círculos


***

máscaras de plástico
ensacam olhos feito lixo
e sufocam a necessidade

a palavra antes que nasça


***

pontas soltas. apagadas
emaranhando-se em cemitérios

à espera de quem lhes reacenda memórias

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