A Chave Selvagem do Sonho – Poesia em Performance

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A Cia Quimera apresenta “A Chave Selvagem do Sonho – Poesia em Performance “, Projeto Audiovisual contemplado pela Lei Aldir Blanc 2020 Edital Chamada Pública nº 005/2020 – Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa). O projeto reúne cinco produções audiovisuais referentes à cinco poemas do livro A chave selvagem do sonho, de Anna Apolinário: “Insídia”, “10”, “Maria e a Sibila”, “Os mapas flamejantes da fome” e “Meus chinelos distribuem velas aos navegantes sonâmbulos”. O livro foi publicado em 2020 pela Editora Triluna.

Através de performance cênica e imagética, a Cia Quimera revela a subjetividade e o universo lírico dos poemas em partituras corporais e construções sinestésicas, resultando em uma construção híbrida de narrativas poéticas audiovisuais oníricas, delineadas pelo protagonismo feminino. Os cinco videopoemas tem o objetivo de proporcionar a apreciação do universo poético e surrealista através de uma sensível construção verbovocovisual, criando um rico diálogo interartes que culmina no fortalecimento das expressões artísticas contemporâneas em ascensão na Paraíba.

As gravações ocorreram em 2021 em João Pessoa, Cabedelo e Lucena (municípios da Paraíba), explorando diferentes cenários naturais, numa busca pela alquimia/fusão entre a imagética da poesia e a composição audiovisual, imersão em uma proposta desafiadora de criar corpo cênico para os versos. A equipe técnica responsável pela execução do projeto é composta por Anna Apolinário como proponente e autora dos poemas, a atriz Anna Raquel Apolinário no elenco, a direção de fotografia a cargo de Bruno Vinelli, direção de arte sob o comando de Evandro Oliveira, Léo Santiago na edição e design gráfico, Nielson Lourenço no apoio técnico e fotografia. O projeto contou também com o trabalho de maquiagem e cabelo de Katheryne Menezes e os figurinos produzidos pelo M3 Ateliê, de Maria José Rodrigues.

Para a poeta Anna Apolinário, os videopoemas do projeto assim como os poemas do livro, revelam “Uma teia imagética lapidada pela sinestesia de cenas e danças sanguíneas, uma arquitetura delirante em cinco narrativas visuais, cinco capítulos que se entrelaçam numa poética visceral, voragem escavada nas veias do sonho, volúpia do verbo encarnado: pentagrama aceso no seio da floresta de signos e sensações.”

Os videopoemas estão disponíveis no canal da Cia Quimera no Youtube https://www.youtube.com/channel/UCFLnm-K_tZSN7GsT1b9eE4w

 E no Instagram @cia.quimera

Criada em 2019, em João Pessoa, Paraíba, a Cia Quimera propõe o diálogo entre linguagem poética, linguagem cênica e audiovisual, através da composição de narrativas híbridas, transitando entre performance, videopoema e poesia encenada, por meio da fusão alquímica entre experiência lírica e fluxo imagético. Quimera explora as potencialidades do corpo e da linguagem em profusão multiforme, movimento poético traduzido em partituras sensoriais: voz, potência, pulsão, metamorfose da verve, corporeidade do verso em paleta de sensações inebriantes. A trupe é idealizada pela poeta e escritora Anna Apolinário, a atriz Anna Raquel Apolinário e o ator e diretor Léo Santiago

Capítulo I – Fúria de Quimeras

Elemento: Espírito

Insídia – “Eis quem sou e aqui me tens por inteiro”. É o momento de adentrar no universo místico e misterioso da poesia, os primeiros passos dentro da selva de sonhos, o bosque mágico onde se revelam as personas, a voz lírica que tece armadilhas, caça e caçador observando-se, alimentando a tensão rumo ao salto e arremate final: o verso dilacera e ilumina, Opus alchymicum de todo fazer poético.

Capítulo II – Quaerens quem devoret

 Elemento: Água

10 – Poema autobiográfico, gênese de um momento íntimo de contemplação entre a poeta e sua criança adormecida. O número 10 surge como símbolo sagrado de completude, perfeição, totalidade. A teia narrativa expõe os laços maternos, o desejo de mergulho e fusão no universo mágico dos sonhos partilhados entre mãe e filha. As metáforas exploram elementos como sangue, menarca, movimentos cíclicos, os poderes e mistérios relacionados ao corpo e alma das mulheres, poema pincelado em cores oraculares, verve vociferada dos ventres, matriz marítima, suavidade e fervor de imagens e subjetividades femininas. 10 é como uma canção sussurrada ao pé do ouvido, transmite uma sensação densa, mas com um toque de leveza, que nos leva a continuar sonhando, sem despertar.

Capítulo III – A carne flamante das metáforas

Elemento: Ar

Maria e a Sibila – Elas nos carregam para dentro de um universo mágico e sensual, as três faces da Deusa dançam, confabulam, tríade lunar enfeitiçante que nos rapta aos bosques mais selvagens do inconsciente lírico. Sibila captura Maria para dentro de sua cabana no seio da floresta e a seduz a explorar junto com ela, poções e feitiços para uma viagem mística rumo ao abismo de si mesma, onde ela vive e partilha a sensualidade e o prazer, descobre as potencialidades de seu corpo e seu caminho como bruxa e mulher livre. Sibila acende o fogo mágico de seu caldeirão e a fumaça hipnótica sobe aos céus com fúria. As bruxas despertam para suas fomes, vestem-se com o manto de sua magia, num jogo de tensões e sensações vertiginosas, vozes e corpos fluem como relâmpagos velozes, potencialidade imagética e sensorial de uma poética furiosamente feminina.

Capítulo IV – A doçura peçonhenta dos feitiços

Elemento: Terra

Os mapas flamejantes da fome – Esta é a cartografia autobiográfica de um desejo, gozo vociferado em versos. As cenas narradas são inspiradas em vivências e desejos partilhados entre os amantes, e transformados em linguagem poética carregada de símbolos e carnalidades, elevando a força das memórias vividas em linguagem artística. Volúpia erótica em versos, um canto febril, alimentado pelo ritmo sucessivo de uma respiração abissal rumo ao ápice imagético: os mapas em chamas, exibindo a fome dos amantes que se devoram e fundem seus mundos em vertigens.

Capítulo V – As mil portas do poema ardem

Elemento: Fogo

Meus chinelos distribuem velas aos navegantes sonâmbulos – Poema de longo fôlego e potência surrealista, melodia delirante e encantatória, narra cenas de uma viagem sensorial, aventura da poeta no universo da criação, alquimia e união entre vida e poesia. A descoberta da beleza no sentir dos delírios, na embriaguez das sensações, erguer novas formas de viver e criar, celebrar poesia, amor e liberdade.

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