Chamada aberta para publicação: Povos indígenas, migrações e deslocamentos territoriais.

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Para os amigos e amigas interessados(as) no tema, se liga no dossiê que está sendo organizado por João Paulo Peixoto Costa (IFPI/UESPI),
Tatiana Gonçalves Oliveira (UESPI), Alexandre Oliveira Gomes (Nepe/UFPE) sobre Povos indígenas, migrações e deslocamentos territoriais:

PRAZO PARA SUBMISSÃO: 28/02/2022

ORGANIZADORES:

A discussão sobre a inconstitucionalidade da tese do Marco Temporal tem estimulado a produção científica em diferentes campos do conhecimento que se dedicam à investigação sobre a relação das populações indígenas e seus territórios. A necessidade de uma maior compreensão sobre deslocamentos, migrações e fluxos territoriais efetuados por populações indígenas em específicos contextos socioculturais – seja em situações de perseguição, subordinação e violência, ou motivados por dimensões cosmológicas e/ou ecológicas, entre outros – complexifica um acirrado debate político atualmente judicializado, que possui como aspectos centrais a territorialidade, a historicidade e as relações interétnicas em processos sociais de resistência e conflitos de curta, média e longa durações.

Como atestam as pesquisas arqueológicas e historicas, a trajetória dos povos indígenas em contato entre si e com a sociedade não-indígena foi marcada por deslocamentos. A partir do século XVI, diferentes povos vivenciaram deslocamentos territoriais vinculados a formação e/ou dissolução de aldeamentos missionários, expulsões de terras por conta do avanço das frentes de ocupação, fuga como estratégia de resistência e/ou da migração por necessidade de sobrevivência. Contemporaneamente, diferentes trânsitos motivados por questões de trabalho, saúde, educação, faccionalismos, políticas públicas etc., tem produzido o surgimento de novas etnias e o estabelecimento de diferentes povos indígenas em localidades e regiões bem distantes de territórios outrora habitados, o que tem favorecido novos fluxos territoriais e uma intensa dinâmica de migrações em contextos de viagens constantes e/ou ocasionais, por questões ritualísticas, em busca de assistência e direitos ou, mais recentemente, por causa da pandemia da COVID-19.

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De modo específico, interessa-nos agregar trabalhos que problematizem os processos de deslocamentos, diásporas e migrações, de territorialização e (re)definição de territorialidades.

Desejamos reforçar o já apontado reducionismo sob o qual se assenta a Tese do Marco Temporal, que atinge frontalmente o direito constitucional dos povos indígenas aos seus territórios, a partir de abordagens históricas, etnográficas, geográficas, cartográficas, arqueológicas, sociológicas etc. Nesse sentido, nos propomos a receber trabalhos que reflitam sobre os deslocamentos territoriais, forçados ou não, problematizando em perspectivas interdiciplinares as diferentes motivações que os produzem e os desafios para o acesso e a manutenção dos territórios tradicionalmente habitados pelos povos indígenas, no passado e no presente.

Acesse o link:

https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/escritas/announcement/view/303

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