Januário Esteves nasceu em Coruche (1960) e foi criado perto da Costa da Caparica, Portugal. Ele se formou em instalações eletromecânicas, usa o pseudônimo de Januanto e escreve poesia desde os 16 anos. Em 1987, publicou poemas no Jornal de Letras e participou ao longo dos anos em algumas publicações coletivas. Recentemente publicou na revista brasileira Musa Rara na revista americana EIGHTEENSEVENTY.POETRY.BLOG., na Revista Brasileira LiteraLivre, na revista romena Poesis , na revista australiana Otoliths, na revista americana BlazeVox, na revista americana Harbinger Asylum, na revista americana Ducor Review, na revista indiana Taj Mahal…
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Olá como vais o que fazes tu
No rigor da noite acordado
– Trago coisas escondidas do baú
Segredos que me calam agastado
E do que gostas quanto à libido
Tentado pelas vozes lascivas
– Ah, aí sou incauto, desinibido
Rendo-me às preces impulsivas
E quando só, o que namoras
De dentro a luz do pensar
– Aí corro a buscar as horas
Que me acendem num abrasar
E que colhes no espanto
Da lembrança que se esfuma
– Vou em mim selar o pranto
Que se esvai na penumbra.
Noite e abandono
Ao desleixo da hora
Cão sem dono
No ventre da demora
O desejo abraça
A escarpa fugidia
E o sonho enlaça
A febre do dia
É outro querer
E julgar o tormento
Por jus de obedecer
Ao que vem de dentro.
ARGIVAR
Paisagem arranjada de testemunhos, ermos e fundos ribeiros
Interactiva a neurose psicossomática do stress
As árvores de folha caduca, depenam inutilidades
E a terra colhe numa sopa alquimica toda a fervura
Dos sentimentos apenas humanos, que se colam
Às ramificações do sentir perene
Cava fundo a delapidação das águas
Nos delicados leitos do eu
Confinam margens para o ser
Imperecível
Ali sobre os outros seres,
Ali com os outros
Olhando-se
Mirando-se
Perscrutando
Em homília silenciosa
Em compassada sedução
O inenarrável
Acontecer das coisas.
Muito obrigado por me publicaram. bem hajam.
Januário Esteves