4 Poemas de Gregório Camilo

| |

Gregório Camilo nasceu em Curitiba e ainda mora lá. É poeta, roteirista, diretor e montador e também uma das cabeças da Catatau Filmes. Cursa Letras Clássicas na UFPR. Os poemas aqui fazem parte do livro dia/rio, pela Editora Patuá. É pai.


pro/do Alejandro Jodorowsky e Raul Seixas

CÁ ENTÃO AQUI a
morte surda caminha ao meu lado

nu aqui e somente

braço e passo com a morte por esse
sussurro quente essa brisa fria

na espinha esse rio veloz corrente
e eu não sei em que esquina ela vai me beijar


SEGUE FRIA A MANHÃ
e cinza o guindaste
não trabalha

chove e é sábado o café
esfria e para pinga

uma gota no vidro
se desfaz em seu rastro

em meio às outras o guindaste continua em

silêncio
ainda é sábado

para e chove o café
esfria o rastro
nem rastro


ENTÃO É ISSO O FIM
o sol rachando sobre a gente
mesmo noite o segundo dia
é isso

e na verdade sempre teve o sol assim

então o fim é isso
no outro dia a primeira noite
a pedra na rua até tinia de frio
e bota frio

e era noite

terceiro dia
foi dia no quarto então foi
só isso

o fim então foi isso


COME

brilha
brilha
entrelinhas
entre os vasos
come só
brilha brilha
entressonhos
entre as veias
as you are

booktrailer/clipe/filme de livro homônimo, de autoria de Gregório Camilo

Deixe um comentário

error

Gostando da leitura? :) Compartilhe!