.As Revistas Literárias no Brasil

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EDSON CRUZ (BA) Poeta, editor e revisor publicitário. Desgraduou-se em Psicologia, Música , Violão e Letras. Foi fundador e editor do site de literatura Cronópios” (até meados de 2009) e da revista “Mnemozine”. Fez entrevistas para TV Cronópios e Programa Bitniks, com grandes escritores ontemporâneos. É autor de “Sorilégio” (poesia – 2007 – pelo selo Demônio Negro/Annablume). Organizou “O que é poesia?” (pela Confraria do Vento/Calibán – 2010). Uma adaptação do épico indiano, “Mahâbhârata” (pela Paulinas Editora – 2011). É editor do site e do selo “Musa Rara” (Literatura e Adjacências), em parceria com a Terracora Editora. Mantém blog “Sambaquis”.


Uma revista é uma revista é uma revista: objeto único, estrela de brilho singular na constelação dos diversos tipos de publicação. Paulo Cesar Carvalho

Sempre fui fascinado por revistas em geral. As de cultura passaram a ser as minhas preferidas. As literárias, o meu vício. Desde os tempos em que estudava no Seminário, eu passava muito tempo na biblioteca lendo revistas de todo tipo. Tenho até hoje alguns exemplares da revista Seleções do Reader’s Digest, da década de 30, 40 e 50, que trouxe como butim ao ser dispensado do Seminário.

A partir dessas experiências iniciais (final da década de 70 em diante), do crescente gosto pela literatura e pelos textos que nem sempre circulavam nos livros (ah, era sócio do Círculo do Livro), saía à cata das revistas de cultura e literatura nos sebos em que freqüentava. Se eu tivesse sido mais organizado e não as deixasse pelo caminho, em cada uma de minhas mudanças de residência, teria hoje uma inestimável coleção

Cadê a minha coleção completa da revista Klaxon (1922- 1923)? E aquele exemplar de cor quase berrante da Noigandres (1952-1958)? Quem levou os meus exemplares da Bric a Brac? Ficaram pelo caminho, mas, o que fomentaram em mim, carrego como tatuagem em meu espírito.

Passando pelo curso de Letras, me dei conta de que as revistas literárias mereceriam uma disciplina que tratasse só delas: das brasileiras e das lusófonas. Poderíamos estender o curso para as hispano-americanas. Um curso bem mais interessante de literatura e de cultura poderia ser montado só em cima dessas revistas que fizeram história. Imagine, então, se trouxéssemos aquelas que ficaram à margem da história e dos movimentos bem-sucedidos?

Isso porque as revistas literárias sempre foram um pólo aglutinador de criadores, críticos e pensadores das questões que permeiam a produção e a recepção das obras culturais e literárias. Quase todo grande movimento literário digno de nota gerou e, nas primeiras horas, sustentou-se em alguma revista que lhe servia de porta-voz e, por meio da qual, se articulavam manifestos, poemas, contos, ensaios críticos no calor da hora, fragmentos de romances, etc.

Convém ressaltar que as revistas que ficaram para a história tinham um engajamento quase “romântico”, no sentido de que eram feitas na “raça” e “às próprias custas” sem o benefício das leis de incentivo e de verbas governamentais que hoje custeiam grande parte das revistas literárias que conseguem se manter por mais de um ano.

Há um consenso entre os autores de que as revistas literárias são um campo privilegiado para a reflexão do fazer literário, no sentido de que – à margem do mercado – podem (e normalmente o fazem) abrir espaço para novos poetas e prosadores, e para os já estabelecidos, mostrarem seus trabalhos e avaliarem a receptividade dos textos produzidos, pois como disse Valéry, “o homem dificilmente está sozinho”. E, de alguma forma, estará sempre “mais ou menos consciente do efeito que será produzido” pela sua obra no público leitor ou “consumidor” – para adotarmos a designação emprestada da Economia e então usada por Valéry.

Dizem por aí que “há um público cada vez menor de leitores de poesia”. Se há dúvidas sobre essa assertiva, o que nos parece mais evidente é que as editoras bem estabelecidas publicam cada vez menos poesia. O que poderia nos levar a concluir (creio que erroneamente) que há um desinteresse pela produção poética por parte do grande público. Erroneamente, penso eu, pois os autores já estabelecidos pela ‘tradição’ ou pela academia, ou pela crítica literária, continuam a ser reeditados, lidos, comentados, revisados, “afortunados”, diria eu.

Ou seja, há sim um público leitor de poesia e, também, de prosa de invenção. O que não há é um público de leitores da poesia e da prosa de “alta-ajuda” que se está fazendo hoje com toda a diversidade de dicções e motivações apresentadas. Os leitores das revistas, que agora migraram para a internet, podem ser a exceção nesse novo panorama.

Não podemos nos esquecer de um dado cruel: no Brasil, o público leitor é uma porcentagem mínima do montante populacional do país. Até pouco tempo atrás (2007), 7% da população brasileira era composta de analfabetos absolutos e 68% de analfabetos funcionais. Ou seja, 75% da população brasileira não lia nada. Quando muito, só títulos de manchetes. Livros, jamais. A pequena porcentagem que lia, lia por obrigação, para as que provas e concursos e vestibulares. Revistas literárias, então, pra quê? A situação melhorou um pouquinho, mas não muito.

Além disso, há o fato muito bem explicitado pelo poeta Ademir Demarchi em seu texto Literatura e Editoração – O perfil das revistas literárias na atualidade: “Nós, que lidamos com revistas literárias, estudando-as, publicando ou mesmo lendo-as por prazer, estimulados por sua peculiaridade, estamos sempre com a sensação de que nos relacionamos, em verdade, com fantasmagorias. Isso se dá pelo fato de que é, em geral, muito difícil ter acesso a elas, por terem tiragens pequenas e circulação precária, criando-se a sensação de que praticamente não existem. Além disso, essas publicações, em geral, têm vida muito curta – ou seja, quando conseguimos chegar a alguma, é bem possível que já não esteja sendo publicada.”

Apesar de tudo, elas, as revistas, continuam a existir. Ainda bem. Ainda sou viciado por elas. Inclusive aquelas que chegaram às bancas de jornais, que aparentemente não são nanicas e garantiram melhor distribuição (que sempre é o nó da questão).

A Cult mudou pra pior, mas é melhor do que nada. A Entrelivros era interessante, mas se foi. Tem a Língua Portuguesa. A Metáfora (um passarinho me informou que ela vai fechar. Foi criada pra conseguir emplacar e ser comprada pelo governo – para distribuição em bibliotecas, embaixadas, etc. Como a escolhida foi a Língua Portuguesa, ela simplesmente vai fechar. Simples assim.). Mas, definitivamente, os tempos mudaram. Vivemos agora em uma cibercultura. Muito do que só poderia se ver vinculado em uma revista de papel, agora brilha em pixel e bits pela aldeia global. E não há mais o problema da distribuição.

Me embrenhei nessa aventura de revista on-line. Para mim não poderia ser diferente, visto a facilidade que a Net me possibilitava (já que eu não tinha onde cair vivo). Da noite para o dia me tornei um editor “de pijama” – como dizia maldosamente e criticamente o jornalista Andrew Keen*. Sem sair de casa, e sem gastar com edição, impressão e distribuição, comecei minha interferência internáutica com a revista Mnemozine, depois com o Cronópios e, agora, com a Musa Rara.

Vi muitos sites e projetos naufragarem. Alguns desapareceram com todo o arquivo que construíram por anos. O caso do site Capitu, do qual também fui editor, foi exemplar. Quis se tornar uma livraria. Quis cobrar o acesso. Quis ganhar dinheiro, mais do que fomentar a literatura. Pagou o preço e, demonstrando uma enorme falta de generosidade cultural, desapareceu com todos os textos produzidos – ensaios, inéditos, entrevistas, resenhas, críticas. Tudo virou nuvem.

Por outro lado, os sites e revistas on-line eram feios, mal ajambrados. Quase não usavam os recursos que a Net possibilitava. Pareciam com um monte de texto em Word com uma imagem colada, quando muito. Havia um preconceito gráfico de que o texto tinha que falar por si. Sem precisar dos aparatos visuais e lúdicos que graçavam na internet em sites comerciais ou em alguns sites gringos. O que para as revistas em papel era uma estratégia para baratear o custo da edição, acabou se tornando uma regra sub-reptícia para esconder a falta de talento gráfico e a timidez diante da Net.

Ainda me lembro da reação de alguns autores quando surgimos com o Cronópios, cheio de guarda-chuvas caindo, cores fortes, etc. E quanto à Mnemozine, então? Algumas páginas lembravam um videogame. Uma ousadia. Literatura não precisava disso, diziam. Isso é coisa de crianças, entoavam. Teve um maluco que criou um site para falar mal e fazer uma contagem regressiva até a morte do site. O tempo mostrou que estavam errados. E isso notamos nos inúmeros sites e revistas on-line que foram surgindo, coloridos, dinâmicos, ousados, assimilando recursos e idéias que havíamos lançado.

Quando o escritor cearense Carlos Emílio C. Lima me mostrou, entusiasmado, osite inglês Dreaming Methods, levei um susto, mas percebi que estávamos no caminho certo: http://www.dreamingmethods.com/. Eles usavam criativamente os recursos da Net em suas obras de ficção, e alguns resultados eram brilhantes. Parece que hoje estão cobrando pelos acessos.

O fato de – desde o Capitu e mantido no Cronópios –, termos colocado um painel do leitor/blogue na home, praticamente sem censura, foi um gol de placa. A coisa pegou ogo. Discussões homéricas. Dardos sendo lançados para todos os lados . Autores de renome nacional fazendo comentários ácidos na madruga (provavelmente bêbados) e, ao amanhecer, desesperados para que tirássemos os impropérios do ar.

A amplitude do conteúdo e de participações também foi um trunfo e, às vezes, um problema. Algumas igrejinhas literárias simplesmente não me perdoavam por dar espaço a autores totalmente fora do eixo, ou devotos de outros santos padroeiros. Foram anos de batalha. Dedicava-me de seis a sete horas diárias ao site, ao conteúdo, aos e-mails que chegavam em minha caixa. Fiquei assustado, mas matava no peito, orava mais o meu mantra e mandava ver…

O número 1 da revista Mnemozine, para mim, ainda não foi superado. É só ir lá e esmiuçar: www.cronopios.com.br/mnemozine1. Em qual ano foi mesmo? Parece-me que já se passaram décadas, dado a velocidade que as coisas se dão na cibercultura.

A cena estava consolidada. E, no próprio Cronópios, indicávamos o que de melhor poderia se encontrar na Net. Aliás, ainda se pode conferir a página de indicações, pois está congelada desde que saí da revista em 2009:

< http://www.cronopios. com.br/site/links.asp>.

A cena continua se metamorfoseando em ritmo assustador. E as revistas terão e já estão se adaptando aos novos tempos.

Com a internet, ao contrário do que muitos apregoavam, observamos um crescimento da diversidade, com regionalismos, nacionalismos e expressões de minorias. Escreve-se cada vez mais e não é o inglês que domina como poderíamos supor observando um “universo”, que até 2006, era dominado por sistemas operacionais da Microsoft. No entanto, a língua é um organismo vivo, mutante e, claro, sofrerá as contaminações dos novos suportes. Apesar disso, não acredito no que diz o linguista norte-americano Steven Fisher quando afirma que o português brasileiro vai ser extinto em mais ou menos 300 anos. O argumento dele tem uma lógica linguística, a partir do conhecimento que temos da dinâmica de outras línguas e outras análises diacrônicas. Para ele, o português brasileiro não resistirá à influência econômica e cultural do espanhol (afinal, o espanhol já é a segunda língua mais falada no Ocidente) e se transformará em uma espécie de portunhol. Talvez o portunhol selvagem apregoado e defendido pelo instigante poeta de fronteira Douglas Diegues.

Por outro lado, já flertamos com a Web 3.0, visto que a anterior — a Web 2.0 — banalizou-se como sinônimo de sites e ferramentas interativas que revelaram um leitor ativo na produção e gerenciamento de conteúdos. Falamos agora em Webliteratura. A literatura em si já não basta. Estamos todos imersos e fascinados pelas novas mídias e suas facilidades de distribuição e possibilidades ficcionais. E não há como fugir disso. Mesmo que intuídos em pixels e bits, os deuses continuam “hóspedes fugidios da literatura”. Deixam agora seus rastros em rizomas de links e hipertextos que trafegam no chamados Ipads, E-readers, E-books e outros écrans mais ordinários.

Mesmo os que se levantam contra a tecnologia, nos alertando de seus perigos, fazem-no de uma forma muito parecida com a que fez Nietzsche, ao declarar sua guerra particular ao cristianismo, ou a Deus, e que acabou revelando muito de sua impossibilidade de viver sem os referidos conceitos.

O mito de Narciso, usado pelo vovô Marshal Macluhan, quando nos falava sobre os meios como extensão do homem, aponta para o entorpecimento e fascínio que nos atingem quando nos deparamos com extensões em qualquer material que não seja nós próprios. E, não por acaso a palavra, Narciso originou-se da grega narcosis.

É neste estado paradoxal de dopping cibernético que nos pegamos a pensar e a questionar sobre o que está acontecendo em nossos dias. Difícil ter clareza de alguma coisa. Mal estamos dando conta do presente. O que revela que estamos, realmente, despreparados para o futuro, qualquer que seja ele. Na dúvida, então, por que não criamos mais uma revista literária. Por que não?

No diálogo recente entre Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, Não contem com o fim do livro, discute-se, com propriedade, a efemeridade dos suportes duráveis que pode ser apreendida pelo fato de a cada instante surgirem novos suportes e aparelhos que exigem um novo tipo de conhecimento para que possamos utilizá-los. Isso pode valer para as revistas também, e não só para os livros.

Os dois belos representantes de nossa cultura impressa, colecionadores de pergaminhos e incunábulos, apontam para uma “ansiedade de produção” e para uma proliferação de romances contemporâneos de autores tão efêmeros quanto a tecnologia que deve atender às necessidades de consumo.

Jean-Claude afirma que “às vezes é útil relativizar nossas pretensas proezas técnicas”, ao lembrar que os livros de Victor Hugo chegavam mais rapidamente a outros países do que os best-sellers nos dias de hoje. Por outro lado, podemos concluir também que o fato só revela a incompetência das editoras atuais em se abrirem às possibilidades que as novas mídias nos oferecem.

Enquanto as editoras não acordam de vez, as revistas seguem cumprindo o seu papel. Mesmo que nanicas, ajudam a reconfigurar a cena e a mostrar novos talentos, mesmo que seja só para seus pares.

Por outro lado, o que diz o poeta e editor André Vallias, em seu comentário abaixo, revela os impasses que as revistas têm que enfrentar: “Hoje, creio que as revistas on-line – e os sites, de modo geral – precisam ser repensados para se adequarem a um público que cada vez mais acessa conteúdo digital através das redes sociais e em aparelhos de navegação diferentes do computador pessoal (smart phones, tablets, readers, etc.), cada qual com sua peculiaridade. É um grande desafio…”
Os desafios continuam…

DEPOIMENTOS DE AUTORES E EDITORES

“REVISTAS LITERÁRIAS SÃO A SALVAÇÃO DA LAVOURA DA LITERATURA. Comparo o impresso à terra, o que se pode pegar, plantar com as mãos. Com as revistas on-line, os sites, os blogs, os portais literários todos, perdemos esse contato com o ímã telúrico da terra simbólica, perdemos contato também com o grande céu, icamos à deriva, perdemos muito dos nossos ritmos, fugimos quase que completamente da velha natureza das letras e das palavras arranhadas na terra vegetal das folhas mágicas das revistas literárias, quase que perdemos as nossas raízes. Foi uma esparrela geral. Não poderíamos ter sido tão afoitos e temerários em fugir de nossas fontes telíricas e telúricas, do contato com o papel, o cheiro de cola e de tinta, o lado táctil, a aura geral do impresso.”
CARLOS EMÍLIO CORRÊA LIMA / prosador, poeta e editor da revista Arraia PajéURBR.

“…com o perdão do trocadilho, passo em revista meu amor pela revista, este meio de veiculação de mensagens que me parece icar entre o livro e o jornal: ela é feita para durar mais do que este, mas menos do que aquele; ela é menos dinâmica do que o periódico e mais ágil do que a brochura; ela mora no intervalo entre o despojamento do chão do banheiro e a nobreza da estante da sala. Uma revista é uma revista é uma revista: objeto único, estrela de brilho singular na constelação dos diversos tipos de publicação.”
PAULO CESAR CARVALHO / poeta, compositor e professor de literatura.

“As revistas têm um papel fundamental de possibilitar a circulação de textos que estão sendo escritos (antes de virarem livros) ou de enfatizar textos de forma mais pontual (mesmo que tenham sido publicados em livro); sob esse aspecto, ainda ressalto a importância delas como espaço de debate, de circulação de pontos de vista, de idéias – nesse sentido, são como teias ou tramas de discursos. O grande desaio delas é tentar uma identidade que seja marcante, reunir textos que realmente tenham potência estética ou ideológica (de crítica). Fazer a seleção é também o que as deine, no sentido de que as escolhas que fazem dão o sentido da sua importância ou da sua irrelevância.”
ADEMIR DEMARCHI / poeta e editor da revista Babel de Poesia e Crítica.

LITERÁRIAS
“As revistas eletrônicas Cronópios e Musa Rara são de grande importância. O Jornal Casulo, editado pelo Eduardo Lacerda, que hoje coordena a Editora Patuá, também se destacou em sua época. A Revista de Autofagia editada por Makely Ka; a Revista Lasanha, editada por Maicknuclear, são outras que destaco. E a Revista Coyote, também. Sinto falta de um arquivo com todos os números da Coyote disponibilizados na rede. A Revista Celuzlose é um caso raro de uma revista eletrônica que consegue migrar para a edição em papel, graças a uma parceria com a Editora Patuá. Enim, temos um cenário riquíssimo, muitas revistas eletrônicas e impressas que cumprem uma função essencial, a de mapear
a imensa produção literária do Brasil de hoje.”
MARCELO ARIEL / poeta e performer.

“Chegamos aonde chegamos porque, além do esforço dos que cooperam voluntariamente, esforços anteriores ao nosso (seria injusto citar aqui só um ou dois!) desconstruíram nas mentes mais ciosas a equívoca ideia de que as revistas virtuais não são coniáveis, nem seletivas, nem “pontuam no currículo” como as “revistas de papel”, entre outros clichês, digamos eufemisticamente, mais deselegantes. A verdade é que revistas virtuais podem lidar com o mesmo grau de rigor das revistas de papel com a vantagem extra de que não precisam se preocupar com o aspecto quantitativo que é motivo de muita dor de cabeça nos veículos impressos – ninguém, do universo virtual, precisa reduzir tantas páginas deste ou daquele ensaio, ou deixar este ou aquele bom texto de fora devido a critérios quantitativos. No fundo, o desaio de toda revista, independente de seu suporte, é manter a qualidade as colaborações. A dEsEnrEdoS chega à sua 17ª edição encarando tal desaio com a mesma gana que o encarou em seu surgimento, num já distante julho de 2009.”
ADRIANO LOBÃO ARAGÃO e WANDERSON LIMA / poetas e editores da Revista dEsEnrEdoS

“A Errática se inspirou, por um lado, na dinâmica dos blogs; por outro, nas publicações marginais das décadas de 1970 e 1980, como a Artéria, Muda, Pólen, Zero à Esquerda, Qorpo Estranho. Achava, na época, que as revistas on-line ainda estavam muito presas ao processo convencional de publicação impressa: acumulavam uma certa quantidade de material para lançar um “número”, numa periodicidade regular, o que não me parecia mais combinar com a maneira luida da internet. Quanto aos blogs, estes ofereciam agilidade de publicação, mas pouca variedade nos formatos. Concebi, então, a Errática para congregar esses dois mundos: eiciência e variedade.”
ANDRÉ VALLIAS / poeta, tradutor e editor da revista Errática.

1 comentário em “.As Revistas Literárias no Brasil”

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