Floriano Martins (Brasil, 1957) é poeta, dramaturgo, ensaísta, artista plástico, tradutor. Criou em 1999 a Agulha Revista de Cultura, da qual é diretor desde então, e o selo ARC Edições, com mais de 100 livros publicados de autores de diversos países. Estudioso da tradição lírica-hispano americana e um dos maiores estudiosos do surrealismo na América, é autor dos livros de ensaios: Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América; Escritura Conquistada – Poesia hispano-americana; 120 noite de Eros – Mulheres surrealistas, entre outros.
Mesmo com uma extensa produção – digo isso com a propriedade de quem tem em mãos, só para citar um exemplo, seu livro de poemas: Antes que a árvore se feche (2020) com mais de 600 páginas –, ainda consegue surpreender e instigar seus leitores.
Sombras no Jardim é um livro que compartilha abismos de intensos silêncios que gritam ao pé do ouvido do poeta. Seu escritório se transforma em mesa espírita em um magnifico ato criativo para aludir à elegância do sofrimento. A arquitetura espiritual com a qual o livro avança envolve o leitor que é teletransportado para cada uma das distintas realidades que se constroem em paisagens inquietantes.
Assim, o poeta ultrapassa o véu que separa os mundos para coletar as tintas que irão escrever esses retratos do inesperado que brota do sussurro íntimo de cada canto das paredes que escondem o abismo individual. Cada verbo é um mergulho nas profundezas dessas mulheres singulares e misteriosas. Quando suas buscas encontram seu fim, nasce um livro de vida e morte. É com o cair da noite que os sonhos ganham vida. Como escreve Floriano Martins neste livro: A vida não venera a morte. A morte não venera a vida. Nós somos o único milagre sob o sol.
ELYS REGINA ZILS
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Quem sabe poderíamos dizer que os textos mais curtos são contos, devido a sua unidade temporal. Mas são igualmente poesia. É encantador como o texto se interroga e se comenta de maneira permanente. Quem será o autor? Tantos personagens, tanta energia feminina, tantas definições. E o Floriano nos diz que não tem mais nome o personagem, que a identidade é feita de camadas e camadas de alguma coisa que podemos chamar de realidade, infinito, universos, pulsões de energia. Sonhos, quem sabe. Mas que sonhos tão sábios, tão provocadores, tão enternecedores. Estamos diante de um tesouro.
O título é lindo, Sombras no jardim, por seu conteúdo multiforme. É jardim do paraíso e é igualmente a sombra no nosso quintal que substituiu a luz plena do sol e nos indica nuanças na luminosidade do dia. É a nossa sombra, o oculto em nós, o que não sabemos, a presença deste que nos habita e com o qual raramente temos diálogo. Sombras no jardim é um espaço comum entre o autor e o leitor, é a nossa comunhão. O mundo, nos diz Floriano, é o que imaginamos dele.
Tanto pensamos e dialogamos com o texto, de tal maneira é um objeto diante de nós, tão forte é o seu caráter totêmico, que afirmo que estamos em contato com a mais reveladora filosofia. Reconhecemos aqui e ali, perto ou distante, ecos dos mestres. Súbitas iluminações. Só sei que nada sei, nos disse Platão pela boca de seu personagem Sócrates. E o Floriano nos diz que …os espelhos serão sempre cegos. Eu nunca voltarei à cena.
[JACOB KLINTOWITZ, fragmento do prólogo]
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Sombras no jardim (prosa poética), de Floriano Martins (ARC Edições/Sol Negro Edições, 2023). Prólogo, de Jacob Klintowitz.
100 pgs | 14x21cm | R$ 40,00 (frete simples incluso)
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