Cê tá Boa, Santa?

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por Pádua Carvalho & Francisco Magalhães,.

Vou listar 10 motivos pelos quais recomendo a leitura das 287 páginas do livro “Poesia Gay Brasileira – Antologia”, organizado por Amanda Machado & Marina Moura e publicado pela editora Machado.

1) Uma competente seleção de poetas de diversas gerações, de Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade a Vange Leonel e Cassandra Rios, além dos incontornáveis Roberto Piva e Walmir Ayala.

2) O femíneo fescenino de Hilda Hilst e também de Beatriz Regina Guimarães e Alessandra Safra, e mais a já citada Cassandra Rios.

3) A fala do falo nas bocas de Mário de Andrade e o também já necessariamente citado Roberto Piva, Junqueira Freire e Laurindo Rabelo.

4) A presença cintilante da primeira escritora negra do Brasil, a maranhense Maria Firmino dos Reis.

5) Mário Faustino, il miglior fabbro do Piauí.

6) A presença do piauiense (de Picos) Elierson Moura. Uma dica: confiram o bom nível estético do seu trabalho no www.grisalhos.wordpress.com

7) Duas revelações extraordinários de jovens escritores: a dupla formada pela mineirinha Simone Teodoro e o capixaba Waldo Motta.

8) O elucidativo prepúcio, digo, prefácio escrito pelo ex-deputado federal Jean Wyllys.

9) Os poemas clássicos e classudos de Junqueira Freire e Lúcio Cardoso, Walmir Ayala e Caio Fernando Abreu, Antonio Cícero e da Renata Pollottini.

10) Você terá ter o prazer de gozar as reentrâncias e saliências de uma excelente leitura altiloquente da palavra gritada ou sussurrada ao bel-prazer dos mistérios gozosos e por vezes dolorosos de uma leitura de poesias.

Poste Escrito, digo, Post Scriptum: Ah, você quer uma dica após terminar a leitura de “Poesia Gay Brasileira – Antologia”? Na verdade, dar-te-ei uma dupla. Ei-las: a primeira é “Devassos no Paraíso”, obra-prima de João Silvério Trevisan, de 1978, já na quarta edição ampliada e atualizada. Nela, o escritor paulista realiza o mais completo estudo sobre a homoafetividade em nosso país, com pontes ligando o cinema e a literatura, a psicologia e as artes plásticas, a medicina e o direito, a política e a história. A segunda é outro livro de Silvério, o “Pai, Pai”, onde ele narra freudianamente sua relação com o seu progenitor irascível, machista, castrador e violento.

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