Caroline Diniz (São Paulo, 2000) é uma poeta independente. Publica seus poemas em antologias e periódicos literários, tais como, Revista Arcádia (UNICAMP), Revista Desvario e Revista Toró – as duas últimas sendo publicações independentes e digitais. Como também, interpreta poesias para canais da internet e festivais culturais.
Poema Vermelho
A bacia quebrou-se: muco e óvulos
Rio e pérolas
No mar desembocam, assim como,
As argolas enferrujadas de Joana.
Tinha medo de voltar à ele e,
Nunca mais
Voltar à si. Quebrou-se.
Madalena
Estou a me parir.
A mim, dou por prazer:
da palavra à carne.
Revisto-me dos excluídos
e nas minorias, gravo-me:
cambiantes retalhos.
Vibremos, às vezes, as vozes
ao brisar das bandeiras.
Quem sabe, um dia, talvez
eu vá parir teus filhos, tuas utopias.
Lenço
O que resta é me lançar
Na direção do vento que bate
Em meu corpo para me lembrar
Que existe muito além do que posso conhecer.
E se você vier, só te peço
Para não esquecer o motivo da volta
E nem o lenço – para quando você voar:
Mesmo que seja em outra rota.
O laço de fita que encontro na avenida
Em dia seguinte de folia, a chuva que serena
E semeia o que ainda vem,
Assim como, quem serei.
Palavras sem rodeios. Poesia franca e forte. Gostei!
Gostaria de ler mais textos seus Caroline Diniz.