O amor e a insistência de Valéria Barcellos

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Numa noite em São Paulo, acompanhava a apresentação de Valéria no Espaço Barco. Ela cantava clássicos das divas que inspiram suas performances ao longo da carreira. Estávamos lá, cantando junto com ela e celebrando a Balada Literária. Ao encerrar o show, Valéria fez algo que me encanta até hoje. Desceu do palco e agradeceu ao público pela presença, cumprimentando quem estava perto dela. Eu tive a felicidade de conhecê-la e agradeci por tornar minha noite alegre.

Depois fiquei pensando: quantos artistas ainda fazem isso? Numa época de estrelismos e invenção das “celebridades”, quando teremos a honra abraçar nossos artistas e ser gratos por aquele dia?

Valéria é diferente.

Ela está cheia de novidades pra gente. Nessa conversa, trocamos muitas ideias sobre as vivências e militância LGBT, lugar de fala, transexualidade, empregabilidade para negros, indígenas, trans e seu desafio atual: a luta contra o câncer.

Por Aristides Oliveira

O que representa para você nascer numa cidade (Santo Ângelo – RS) fundada por alemães, num Estado com forte perfil bolsonarista levando em consideração seu lugar de fala?

Significa luta. Significa insistência, mais que resistência e principalmente um poder de decisão muito grande, muito assertivo, assim. Foi a melhor coisa que eu fiz ter saído de Santo Ângelo e vir para Porto Alegre. Primeiro porque não tinha mais lugar nenhum para fazer nada lá, e segundo é que eu precisava conhecer outras realidades que não aquela que eu conhecia lá, que era de submissão, introspecção e sem lugar de fala nenhum.

Claro que aqui em Porto Alegre eu não tenho muito lugar de fala em algumas questões. Eu ter nascido lá… gosto muito da cidade. É a cidade que me “pariu”, mas é bem complicado viver numa realidade como aquela em que tudo é embranquecido e sem oportunidade para pessoas negras, menos para pessoas trans. Eu vejo sempre como por um lado bom. Acredito que seja uma maneira de ter me provocado sair de lá.

Que influências dentro e fora do Brasil você poderia destacar na sua formação artística? Como poderíamos situar a importância desses nomes na construção da tua identidade sonora?

Olha, a minha formação artística de família, infância foram às cantoras brasileiras. Alcione, Elis, Bethânia, Gal, Tetê Espíndola, essas coisas. Depois de maior, Whitney Houston, sem dúvidas. O gosto musical e as descobertas musicais fazem com que elas acabem sendo uma referência e uma formação, né?

Certamente têm uma importância pontual na minha vida artística forte na maneira de cantar e se apresentar. Queria muito ter tido uma ícone trans para poder me inspirar, mas tive que ser eu mesma esse ícone. Eu tive que correr atrás… ser meu próprio ícone, digamos assim. 

Como você prepara o repertório musical e organiza sua rotina de ensaios?

Meu deus! Meu repertório musical geralmente é escolhido na hora. Claro, se não é um show. O show já é bem pensado, mais organizado, ensaiado, né? Nas apresentações de sempre eu vou pelo feeling mesmo. Por esses trinta anos cantando por aí, a gente entra vendo por aí “a gente entende o que ela quer”, ou pelo menos tenta entender. A partir da primeira música, que dá o tom para o resto do show (risos).

 O público responde sempre, tem suas preferidas, já pede e eu gosto de colocar essas preferidas e intercalar com coisas que eu gosto e com coisas que não são conhecidas. Os meus shows têm sido ultimamente muito politizados e políticos. Sempre tento falar alguma coisa de assunto que me permeia: negritude, transexualidade ou gênero em si. É bom fazer isso. Uma maneira subliminar de fazer com que as pessoas entendam o que estou tentando falar.

Em entrevista à Alice Cravo (O Globo) você disse algo muito potente: “A gente só se percebe cidadã quando o mundo nos cobra alguma coisa. Quando ele nos coloca em uma fila por algo como ‘espere a sua própria dignidade’”. Essa fala demarca uma mudança após o ataque transfóbico que você sofreu, mas a partir dessa reflexão, como podemos falar em dignidade num país que mata negros, negras e LGBTQI+? O que é ser digno no Brazil?

Eu não lembrava dessa entrevista (risos), mas agora eu lembrei! Eu dei essa entrevista na Estação Rodoviária de São Paulo (Tietê). A gente deve falar de dignidade. O fato de que muitos de nós morremos não significa que muito de nós… Significa que muitos de nós ainda vão ficar vivos e a gente precisa de dignidade para as pessoas que vão ficar vivas.

É meio egoísta pensar só em si nesse caso. Tem que se pensar em outras pessoas. A gente sem dignidade, com medo e com todos os problemas de estrutura e empregabilidade no momento não está fazendo nada pra nós. Então esqueça que estamos fazendo alguma coisa pela gente, mas para as gerações futuras e é assim que tem que se pensar, né? Pensar em fazer algo que não vai refletir muito em ti porque a gente vive no meio dessa loucura, desse caos, mas que vai refletir certamente nas gerações futuras. Foi o que aconteceu antigamente, antes de nós.

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Os movimentos feministas – é claro que tenho minhas ressalvas – porque o movimento não abona muito as mulheres pretas desde antes, ou com a emancipação da mulher, ou mesmo com relação às causas negras que já andaram pouco, embora a gente ainda tenha problema, mas a gente tem que pensar que nossa dignidade está em pensar e fazer algo para a geração futura. Eu acho que isso é muito digno. Quanto a nós, sobrevivemos, né? Ou tentamos, pelo menos.

Como você entrou para o Teatro e divide o tempo entre a música e o palco?

Meu trabalho com teatro vem de muitos anos. Trabalho com teatro infantil desde 98, mas trabalhei muito com teatro na adolescência. É uma maneira de me expressar e dizer alguma coisa que estavam ali subentendida, ou seja, sempre fazia teatro meio que vestida de mulher… Sempre esteve, na verdade nunca foi diferente.

Dividir o palco e a música é desafiador e ao mesmo tempo é um desejo que sempre tive. É uma maneira de sobreviver, ganhar meu pão. Quando não consigo fazer meu show com teatro eu faço show com música e quando não consigo fazer com música, eu faço com teatro. Ou quando não faço os dois num show só.

Também é uma maneira de expressar os pensamentos que ficam povoando minha cabeça, fervendo aqui dentro. Tenho feito algo interessante que é eu mesma escrever meus textos, porque eu acho que não tem melhor lugar de fala que o meu próprio para dizer essas coisas. Não é egoísta. Parem de pensar isso que não é assim que funciona as coisas.

As pessoas só vão entender o que eu quero dizer se eu mesma disser, da minha maneira, e se eu conseguir interpretar da minha maneira, melhor ainda. É um desafio, ainda mais quando se pensa que não tenho pra onde correr porque estou vivendo de arte dos dois lados. É desafiador, mas ao mesmo tempo é recompensador quando a gente ouve de uma pessoa que ela entendeu e sentiu o que eu quis dizer, ou que foi ali para ouvir

Você é militante de projetos sociais envolvendo inclusão trans, como o “Transparecer”. Qual a sua avaliação atual sobre a condição dos negros/negras, mulheres, índios/índias e trans no mercado de trabalho?

É uma questão interessante, porque por mais que eu esteja envolvida nesses projetos, a gente consegue poucas oportunidades de ambos os lados. Os meninos e as meninas trans, os indígenas e as indígenas acostumaram tanto com essa ideia de que não vão conseguir que às vezes não procuram.

É desafiador de ambos os lados. Primeiro, quando eles procuram, a gente acha um número pequeno de pessoas e quando vai mostrar essa mão-de-obra, essas pessoas que estão procurando: “Ah, mas é só isso que você tem para oferecer?” São poucas pessoas, né? Eu gosto de ilustrar muito com aquela história do elefantinho pequenininho, que foi preso num pedaço de pau pequenininho quando criança.

Ele puxava, mas não tinha força. Ele cresceu e de tanto puxar aquilo e não conseguir sair dali, ele tinha realmente a oportunidade de sair dali, mas ele cansou de lutar contra aquele pedacinho de pau. Então, os tratadores continuaram colocando ele preso naquele pedacinho de pau porque sabiam que ele não vai fugir dali.

É mais ou menos o que acontece com essa massa contingente de mão-de-obra de negros e indígenas. Às vezes cansa. Na verdade, eles cansaram de tentar fazer alguma coisa ou de procurar algo, porque sabem que não vão conseguir facilmente. É uma luta três, quatro vezes mais que qualquer pessoa que cansa, viu?

Lembro de uma situação de novela (não tenho TV há oito anos), mas vi na internet uma cena com a Regina Casé e outra menina negra incrível que disse: “Ah mãe, ser forte cansa. Eu tô cansada de ser forte. Eu quero ser fraca”. É exatamente isso. Às vezes a gente cansa dessa força, de ter essa força o tempo inteiro. A gente precisa fazer alguma coisa. Que outras pessoas façam, ou que a gente se disponha a fazer. E principalmente: que a gente dê respaldo e força para que essas pessoas entendam que elas podem e que vamos oportunizar, estaremos ali perto.

Como foi o processo para mudar de nome da certidão? Houve impasses para você conquistar seu sonho?

O meu processo foi complicado. Eu fui uma mulher trans que não tive cirurgia de readequação de genital, então isso causou certa confusão. Foram três anos e meio. Três anos para trocar o nome e mais meio ano para trocar o gênero. Eles entenderam que poderia trocar o nome, mas o gênero não era importante.

Percebe a incongruência que essa confusão iria causar. Sem falar nos gastos. Eu gastei e uns processos logo no início dessa onda e virou jurisprudência. Lembro muito bem do dia que peguei a certidão de nascimento. Tive que ir a Santo Ângelo e chorei quando peguei. É um renascimento, um reconhecimento. É uma dignidade ali escrita, comprovada, documentada.

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Não é bem o que a gente vê no dia a dia, mas pelo menos no papel temos uma dignidade. E é importante falar disso, né? As pessoas pensam que isso resolve todos os seus problemas e realmente não. Nada adianta eu ter esse papel na mão, chegar nos lugares e ter a dignidade jogada pelo ralo, quando me tratam no masculino em algum lugar. Ainda tem que andar muito em relação a essas leis e isso se resolve com proximidade e conhecimento.

Você acredita que a comunidade LGBT possui preconceitos e divisões entre si?

Muito! Muito! É o gay menos afeminado que não gosta do afeminado, o afeminado que não gosta da lésbica, que não gosta da travesti, a travesti que não gosta da trans e assim vai indo. Sabe, João que amava Maria, que amava José, sempre tem isso.

Eu penso que isso é uma consequência ou resquício de tudo isso que a gente viveu até agora. Primeiro num período de reclusão, né? Eu acho que esse período de reconhecimento em que a gente está passando agora, porque creio que isso é reconhecer-se enquanto cidadão LGBT, com direitos, deveres e principalmente com liberdades, causa confusão.

Uns têm mais liberdade que os outros. Se a gente for pensar, os menos afeminados têm mais liberdade que os mais afeminados. Duas mulheres têm mais permissão do que dois homens, pessoas trans não têm permissão quase que nenhuma em lugar nenhum. As pessoas acabam se cerceando e se baseando nisso pra impor seus conceitos de certa forma. Isso denota preconceito dessas pessoas também.

Eu acredito muito nessa divisão, mas é algo muito mais de fora do que dentro do meio. É uma coisa que vem de fora, mas o meio reproduz. Ainda temos um longo caminho para que isso acabe entre nós também. Principalmente para não se deixar contaminar, não se deixar se abater por esse tipo de pensamento, que é o que acontece sempre. É o que sempre aconteceu e continua acontecendo.

Câncer. Quem é a Valéria depois dessa descoberta?

Outra pessoa! Completamente! Muito segura das coisas que diz talvez ou nem tanto, mas ávida por conhecer, pra fazer. Eu pensava, a gente realmente pensa que vai morrer em algum momento. “Meu Deus, eu tenho tanto coisa pra fazer, que preguiça que eu tenho de morrer agora com 40 anos”. Acabei de completar 40 anos. Depois eu percebi que não ia morrer. Eu percebi que as coisas iam passar por um processo de dores e abnegações, mas ao mesmo tempo eram processos necessários.

Tenho um amigo que fala: “para uma doença agressiva, um tratamento agressivo”. Era isso que me preocupava. Me fez descobrir forças também, pessoas próximas, solidariedade e a força dos artistas que me ajudaram tanto aqui em Porto Alegre. Essa descoberta me fez fazer outras descobertas, e principalmente me ressiginificar enquanto pessoa.

Como você começou a explorar seu corpo/identidade a partir das mudanças físicas pós-quimioterapia? Fala sobre as transformações e processos de acolhimento que tem vivido.

É importante dizer que para uma mulher trans, os processos modificatórios da quimioterapia são muito agressivos. A gente perde o cabelo. Um dos principais “signos de identidade” de uma mulher trans. Eu perdi meu gênero assim como eu perdi meu cabelo. Quando meu cabelo caiu, meu gênero foi junto. Eu sou interpelada no meio da rua pelo masculino o tempo inteiro. Isso incomoda, isso dói. Ao mesmo tempo dá uma força para que as pessoas entendam… E aí um novo viés.

A Débora fala que a gente faz sorteios de coisas que a gente vai levar na vida. É mais um número que eu sorteei aí que é o câncer e os signos que ele traz. Certamente, essa perda da identidade de gênero é muito dolorida para uma pessoa trans. Eu sei que não sou a única. Eu ainda sou uma voz tolerada, ouvida.

Eu sei me impor em alguns momentos, mas tem muitas de nós que não tem essa força (soa meio pedante isso né?), o ímpeto de responder. Se foi difícil pra mim, imagina para essas pessoas que não têm o ímpeto da resposta. É preciso viver isso também e se entender ainda mais. Parece que eu estou passando por isso para entender muitas coisas que eu falo, verbalizo, mas que não trago para o meu dia-dia de certa forma, né?

A vaidade é uma coisa muito traidora nesses aspectos. Resolvi acolher e bater de frente com tudo isso: “Se vai ser assim, eu vou enfrentar assim”. Uso a peruca quando quero, quando não quero uso um lenço, quando não quero eu tô careca. É isso. É a minha realidade, é o que eu estou passando. As pessoas têm que entender que é isso que estou passando. É meu. Nada mais forte do que legitimar o que é legítimo. O que está ali.

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Através do projeto VALente – que dedica apresentações musicais para arrecadar fundos aos seus cuidados –  mudou a forma de você encarar o público? Que tipo de vibração você sente nas performances, a partir desta nova realidade que enfrenta?

Mudou a forma de encarar o público em muitos aspectos. Primeiro porque eu percebi muita solidariedade, depois que eu percebi muitos olhares de pena também, aqueles olhares enfadonhos de sentença de morte: “Oh, ela vai morrer”. As coisas não são assim, né? As minhas performances já têm sido um pouco vibrando para aquilo que eu quero dizer, falar, que meu corpo já diz por si. Elisa Lucinda diz que meu corpo é para lamentar.

Talvez me fez mais forte e me colocou em mais esse sorteio, mais um número que sorteei que é defender as pessoas com câncer. Quiçá a gente possa fazer muito mais com as valentes que ajudaram a mim e a gente possa ajudar muita gente com alimentos, dinheiro pra comprar medicamentos e tudo mais. A gente perdeu uma das nossas batalhadoras, guerreira aí nesse caminho. Perdemos para o câncer, mas não para o mundo. O exemplo dela, que é uma mulher que lutou até o final. E vamos continuar ajudando outras pessoas como ela. E é isso que eu quero fazer a partir de agora quando puder e tiver oportunidade. Estar sempre falando sobre isso, da minha experiência pessoal e da minha vontade de fazer e mostrar para as pessoas que é possível. Eu lembro muito bem dessa cena dos artistas sentados, um olhando o outro sentados e chorando na coxia combinando: “vamos nos ver mais” e o olhar de esperança de que algo ia acontecer e real. As pessoas se oferecendo para estar no show, oferecendo seu trabalho de graça, isso foi lindo.

A força que eu “consegui”. Não fui eu, mas toda essa rede que se formou. Foi lindo demais. Uma lição que eu tive é que os artistas não sabem a força que eles têm. Os artistas podem realmente mudar o mundo, toda uma realidade. Essa máxima de que precisam de professores e tudo mais… Médicos. Realmente a gente precisa de todos eles e é bom que ninguém esqueça isso. Eu sou muito agradecida à educação. Nessa onda de coronavírus, mostrou quanto os artistas são importantes, né?

Afinal, é o artista que distrai teu filho lendo um livro, é o artista que te coloca nas lives ouvindo uma música, é o artista que está no karaokê virtual pra tu cantar “Evidências” e se divertir. É o museu que está com as portas abertas para mostrar suas obras, é o seu livro de colorir que foi feito por um artista para destruir teu stress. Toda essa importância foi esquecida por nós depois de tanto massacre que a gente teve. Enfim, a arte salva realmente.

O que podemos esperar da Valéria em 2020?

Esperem tudo! Tudo! Eu tenho fome de tudo e mais um pouco! A fome que já tinha antes se juntou com essa pós-câncer. Eu tenho muitos projetos: terminar o disco, que eu não posso falar muita coisa porque está em vias de negociação. Livro, que está para sair também, mas não posso falar muito, mas eu sou dessas que fala mesmo.

Tem coisas que posso falar. Tem o show musical “O Quarto Signo”, que lógico eu tô falando sobre o câncer e fala também dos signos do zodíaco, suas angústias e felicidades, até chegar no quarto signo e tudo que ele me fez passar e ver. Depois temos a peça teatral chamada “Cabeças Carecas”, que se baseia em histórias que eu colhi na sala de quimioterapia.

Histórias de mulheres que eu colhi e mistura-se isso a minha história, da minha diretora e fala sobre a história da minha mãe, que passou por um câncer. Então a gente juntou tudo isso contando essas histórias de uma maneira como a gente pode. Uma hora feliz e engraçada, outra hora triste, outra hora didática.

A exposição fotográfica “2023.1” ou “Casa do Caranguejo Hermitão”, que são fotos que eu tirei no quarto de hospital quando fui internada para fazer exames logo após a descoberta do câncer. Eu tirei fotos com uma Sony Cyber-shot antiga para dar “essa coisa” de que fique no passado dando significado a objetos que lá estavam. Tu não identificar de cara o que é.

Cada foto dessa vai vir acompanhada de um poema e também o caranguejo hermitão. Todas as vezes que eu saía de uma sessão de quimioterapia… Tive uma epifania no primeiro dia. Na ligação com o carangueijo, signo de câncer com a loja de quinquilharias que tinha na frente. Lembrei do caranguejo hermitão, aquele caranguejo junta alguma coisa para fazer uma casa para ele, como se fosse uma concha.

Eu vi uma coisa linda de um copo que jogaram no mar e ele fez uma casa. Cada sessão que eu saía comprava um objeto, que era um símbolo daquela sessão e que vai estar também nessa exposição. Tem muita coisa por aí que vai surgindo na minha cabeça louca e vou fazendo. Agora eu tô assim. Não me dão oportunidade, não me dão texto, eu mesma faço. Acho que a vida é fazendo. Não temos um manual para a vida. A gente aprende vivendo. A gente não pode se basear na vida dos outros porque cada um tem seu manual. A gente tem que se libertar do medo de fazer e fazer!  

Créditos das imagens: Silas Lima

3 comentários em “O amor e a insistência de Valéria Barcellos”

  1. Que revista😍😍 Que entrevista😍😍😍 Que fotos😍😍😍 Que pessoa😍😍😍😍 Que pessoas😍😍😍😍😍😍😍😍😍

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