Dana Colley, Mark Sandman, Monique Ortiz e Laurie Sargent: rápida indicação sonora

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por Aristides Oliveira

Desde quando conheci o trabalho de Mark Sandman e companhia – cerca de 20 anos atrás – compreendi que o rock ganhou outro sentido pra mim. Inserir baixo, sax e bateria no projeto Morphine (1989-1999) é minha revolução sonora particular, mesmo sabendo da estrada percorrida ao longo dos anos que atravessam o jazz rock/fusion, etc.

Muitos garimpos já aconteceram de 2000 para cá, mas a profundidade vocal de Mark sempre irá ocupar um lugar especial na minha vida como ouvinte. A morte repentina do front man em 1999 dilacerou o sonho de continuar uma vasta produção musical que iria sacudir a cena de Boston e do mundo na entrada da nova década. O sax de Dana Colley e a bateria de Jerome Deupree  choraram, mas não baixaram a guarda para a dor…

Daí nasceram dois projetos demarcadores para construir uma nova fase para ampliar os vapores de morfina articuladas por Dana Colley: Twinemen (2001), com a voz suave da ex vocalista Face to Face, Laurie Sargent, e AKACOD (2006) na voz penetrante de Monique Ortiz.

O que poderia ser considerado para alguns uma espécie simplista de “pós-Morphine”, colocando as vozes destas mulheres como desdobramento do “projeto interrompido” trouxe algo novo e com vida própria, mas sem desconectar-se do passado recente: seria um lamento à morte de Mark ou reinvenção do seu legado?

Twinemen e AKACOD resgatam a poética de Sandman e ocupam nossos ouvidos em acolhimento sonoro acompanhado pelo sax barítono de Colley.

Monique e Laurie nos brindam com suas particularidades performáticas e mantém viva a memória de Mark, ao situar Morphine no tempo para os ouvidos que ainda não foram capturados pela potência criativa daquele baixo de duas cordas…

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Sigo com estas indicações sonoras para vocês. Até breve!

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