Pako Kaiowa, Contador de histórias poéticas e ancestrais, roteirista de narrativas dramáticas, ensinador e também ensinamor através das literaturas e língua brasileira. Indígena Jacutinga nascido na floresta de concreto, não reconhecido pela FUNAI e IBGE. Professor da rede pública estadual do RJ na Baixada Fluminense. E ainda não virou estatística.
@pakokaiowa no Twitter e Instagram.
Nossa fé não faz nada pelos outros.
Não causa espanto, nem milagres,
não cura ou melhora qualquer
patologia clínica material.
Nela, os saberes seculares, quiçá milenares,
a um sem fim de gente
semeou existências longevas,
Entre os seus irmãos e às suas ciências sem altares…
…enterrraram interno, como ontem,
a diferença insatisfazível
as vontades de artes pulsadoras
quê preceitos
são pseudo livres da falsa imoralidade
porque abraçam a oportuna
de dizer não acredito?
nos descalços dogmáticos simplistas
nas nuances de uma complexidade finita
nos valores quais se pagam em números
nas austeras promessas curtas
nas terras dos céus vendidas com tratos
nas lascas de madeira de um ídolo mal tratado
e, principalmente,
nos profetas auto proclamados
líderes incontestes.
E agora cês ventilam aos ares
as vontades de energia natural,
de águas, rios e marés,
invadindo almas quais ficarem de pé
sem notar o róseo augúrio da Mãe.
Põe-se então nos males não ditos
o desejo dos fogos infinitos
nas estrelas de findáveis conflitos
uma ordem de caráter uno
e se levantam em arvoredos ao raiar
do tal deus luz
acalorado e inebriantemente intenso
inundando os poros com sua raiva dourada.
Nossa fé não (re)move montanhas,
nunca, para erguer nossos lares.
Tão profundo e interconectado, orgulho desse amigo letrado nos saberes acadêmicos e de sensibilidade ímpar!