Inferninho

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Se uma plaquete quiser transportar a poesia de Natasha Felix, ela tem de ser capaz de vibrar e acolher o palco, a pista, o baile todo. Tem de ser um Inferninho. Desde a estreia da poeta com Use o alicate agora (Macondo, 2018), era fácil perceber que o que acontecia no texto escrito passava pelo corpo todo: a palavra de Natasha desloca as margens da página e chacoalha tudo ao redor.

Em Inferninho, a artista remixa fragmentos da experiência ao longo de doze dias em Luanda e sua pesquisa em torno da performance, a partir do desejo de “fazer o poema rebolar”. Não por acaso, a palavra disparadora dessa cena construída no livro é “apupú”, uma gíria angolana — nascida na cultura do kuduro — para “festa”, “rolê”. A plaquete desdobra a performance Apupú, em que poetas e artistas da dança, da música e do teatro se encontram para trançar as relações entre Brasil e Angola no som, na voz, no corpo.

Dançando entre as palavras de Inferninho, não são poucas as vezes em que ouvimos a voz da poeta vindo de longe das páginas. É estranho, mas é como se o som não se projetasse das letras no papel para nossa cabeça, mas, sim, fizesse o caminho contrário, girando pelos nossos sentidos, pela nossa memória, até tocaralto e grave: “como pode um zunido correr solto assim ó/ fazer essa algazarra/ agarrar na pele”?

Sobre a autora:

Natasha Felix nasceu em Santos (sp), em 1996. Poeta e performer, é autora de Use o alicate agora (Macondo, 2018) e integra as antologias Nossos poemas conjuram e gritam (Quelônio, 2019) e As 29 poetas hoje (Companhia das Letras, 2021).

Ficha Técnica
Título: Inferninho
Autora: Natasha Felix
Formato: 13,5 x 20 CM
Número de páginas: 40
ISBN: 978-65-6139-007-1
Preço da plaquete: R$ 44,90
Envio da caixa para assinantes: outubro
Data de livraria: 10/11/2024
Editora: Círculo de Poemas

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