Chamada da Lua Negra – Ano I

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O Projeto

Percebendo que só 10% dos livros brasileiros publicados entre 1965 e 2014 foram escritos por autores negros*. A Chamada da Lua Negra foi aberta pela Editora Triluna entre os meses de setembro e outubro de 2020 com o desejo de publicar, durante o ano de 2021, 24 livros de poemas inéditos escritos por pessoas negras plurais, estreantes ou não. Recebemos 37 livros de pessoas de todo o país. A cada mês serão lançados 2 títulos, os assinantes da campanha poderão escolher entre apoiar e receber plaquetes com poemas selecionados, só um dos dois livros, ou os dois livros juntos.

A Editora

A Triluna é uma editora inteiramente independente fundada e gerida por Aline Cardoso, mulher negra bruxa & mãe solo, escritora, professora mestra em linguística pela UFPB, organizadora do Sarau Selváticas, cofundadora do Sagaz Zine e do Slam Parahyba. A Triluna nasceu em 2019 e de lá para cá tem focado na publicação de livros de poemas, entre os livros publicados através de financiamento coletivo estão: Da cor e do verso (2019), antologia verbo-visual; A chave selvagem do sonho (2020), de Anna Apolinário; Harpia (2020), de Aline Cardoso & Herética (2020), de Luíza Paiva. Autoras de janeiro de 2021 Em janeiro de 2021 serão lançados Zíngara, de Bianca Rufino (PB) & Poemas para meu corpo nu, de Sílvia Barros (RJ), para ambas este é o primeiro livro solo a ser publicado.

Poemas para meu corpo nu, de Sílvia Barros

Sílvia Barros (RJ) Nascida em Natal – RN, cresceu na cidade de Niterói – RJ. É professora de português e literatura, pesquisadora na área de autoria feminina e autoria negra, com doutorado em literatura brasileira pela UFRJ. Como escritora, tem trilhado o caminho da publicação coletiva, participando de diversas antologias, entre elas, Cadernos Negros, volumes 41 e 42, Negras Crônicas, Narrativas Negras e Contos para depois do ódio (Flup 2019). Buscando o voo solo, tem, no prelo, Em tempos de guerra, livro com 11 poemas escritos durante o primeiro mês de isolamento social devido à pandemia de corona vírus e financiado inteiramente com recursos pessoais. Escreve a coluna Travessia quinzenalmente na revista Ruído Manifesto. Sobre a obra, Sílvia nos diz que: “Se eu não exigir existir na palavra, se eu não for capaz de colocar meu corpo nela e ela em mim, ninguém vai. Reconhecendo a memória do meu corpo e a memória do corpo coletivo de mulheres, a memória do corpo dissidente, fora da norma, fora das performances esperadas, com coragem de colocar esse corpo nu diante do espelho das palavras, escrevi Poemas para meu corpo nu.”

Zíngara, de Bianca Rufino

Bianca Rufino (PB) Bianca Rufino tem 28 anos, é uma mulher cis, negra, bissexual, paraibana, poeta, performer, produtora, cygana, cartomante, turismóloga e mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Desde cedo, é viajante das letras, aos 10 anos escreveu seus primeiros poemas e aos 17 anos fez parte da antologia “Prêmio Augusto dos Anjos”. Depois, passou também a ser viajante das estradas, e fez da rua seu primeiro palco, realizando intervenções e performances com poesia e música. Produziu de forma independente 17 fanzines com poesias autorais, e vídeopoemas selecionados em editais nacionais. Também realizou oficinas de poesias pelos Estados de Pernambuco e Ceará. Hoje, vem a partir do audiovisual unindo novas linguagens artísticas às suas criações. Sobre a obra, Bianca nos diz que: “Zíngara é andarilhança, caranguejo de andada, cigania. É meu primeiro livro, e chegou em trânsi-tos: de idade, de caminhos, de ventos, de pele, como cobra. Então aqui é sobre vôo de chão e pássaros que também aprenderam a voar longe de casa. Sendo permitido tudo, principalmente o que me foi negado por ser mulher. Então na esquina do verso você pode se deparar com grito e revolta, meio mundo de mato e bicho ou o eco da ancestralidade falando por perto do ouvido. Zíngara é convite de vôo.”

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