4 Poemas de Paula Valéria Andrade

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Paula Valéria Andrade, poeta, escritora, professora, artista audiovisual, diretora de arte e criação. Publicou mais de 25 livros de poesia, arte-educação, didáticos de “Arte & Tecnologia”, antologias, prosas e livros infantis. Conquistou prêmios literários em: Portugal, Itália, Alemanha, EUA-NY, e no Brasil: Jabuti, UBE SP, PROAC-SP e APCA. É “Menção Honrosa Poesia” 2016, na FALARJ (Federação das Academias de Arte e Literatura do Rio de Janeiro) . É escritora e poeta laureada na Casa França-Brasil, pela APALA (Academia Pan-americana de Letras e Artes do Rio de Janeiro) RJ, 2018. Livros recentes: “Amores, líquidos e cenas”, Ed. Laranja Original, 2018, “A Pandemia da Invisibilidade do Ser”, 2019 – Prêmio Guarulhos de Literatura – Livro do Ano | 2020 e “Seios da Face”, Ed. Venas Abiertas, Projeto Mulherio das Letras, 2022. Recebeu Prêmio PROAC-SP 2020 com “O Novo no Ovo” livro e criação de poesia sonora e audiovisual. Em 2022, ganhou o PROAC LAB SP |Prêmio Histórico em Literatura – conjunto de obras – para lançar COSMOPOLINÁUFRAGOS e realizar a “Trilogia Poética Urbana” de poesia expandida, sonora e audiovisual, todos Edições SPVI Books, 2023. É curadora e organizadora do livro e do coletivo Feminino Infinito, há 6 anos, em São Paulo. Citada entre 84 selecionados, como poeta e artista no livro “The Handbook of Latin American Studies, Vol. 76”, University of Texas Press, 2023. Selecionada -como editora independente em inovação no CREATIVE SP – Secretaria de Cultura SP – na delegação com dez brasileiro/as representando o país, na Feira do Livro de Frankfurt 2023, no Brazilian Publisher’s, da CBL.

POESIA EXPANDIDA | TRANSMÍDIA



NO MEIO DE TODOLUGAR


Ligar os pontos
visualizar o todo

Ampliar fronteiras
sem molduras ou referências

Perceber o mundo
suas criaturas histórias ideias
pelo olho mágico

de um abraço desprevenido
ao tronco da árvore humana

E no mergulho
                                 acreditar

Na grande tribo
                                    respirando conectada

como o poro da folha depois da chuva.

 

(p.s. In memorian ao rei persa Cyrus “o grande”, escritor da primeira declaracao dos direitos humanos).

*****


ARES URBANOS

Um lugar de céu esparso,
E ninguém respira bem.

Ares comprimidos,
Ou diluídos no Tiete.
Como saber o destino deste rio?

Como na madrugada, perceber o curso
(Ou rota) das coisas que são vivas,
E seguem seu rumo?

Gás carbônico nos inunda narinas,
Sem que tenhamos escolhas.
Vivemos na bolha,
Dessa coisa qualquer.

Respirar, é preciso.
Viver é impreciso.

Espelho quebrado de um Narciso,
Caído e rejeitado.

*****


SYRIA CHORA

Ruinas em segundos
Pós instantâneos
De vidas ali construídas,
Recém-destruídas.

MANCHETES NO MUNDO

Inocentes massacrados
Guerras, bombas, armas
Por todos os lados

IMPERIO DO NÃO SENTIDO

Desprotegidos. Desvalidos,
Decadentes fugitivos
Milhares de sem dentes
Crânios pisoteados
País dividido
Regimes autoritários
Abaixo todos os salários

MASSACRE DO POVO OPRIMIDO

Crianças abandonadas
Homens mutilados
Mulheres estupradas
Nos acampamentos, ou estradas


REFUGIADOS ABANDONADOS

Fome.
Frio. Desolação.
Coração vazio.
Destruição e dor.

Transversal miséria.
Refugiados por todos os lados.
Corpos empilhados.

Onde foi parar o amor?

*****

3 comentários em “4 Poemas de Paula Valéria Andrade”

  1. Amei a publicação! Ficou bacana. Sempre leio a Revista Acrobata e gosto muito da curadoria editorial. Agradeço o espaço para meus escritos poéticos ! E parabéns aos editores! Abraços!

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