Poesia como Registro de Reconexão Consigo Mesma e com a Natureza

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por Laura Redfern Navarro

A escritora, publicitária e instrutora de yoga mineira Nina Forlin (@ninaforlin) sempre se preocupou em manter-se conectada com a própria essência, além de ser apaixonada pela natureza. Mas só viu a possibilidade de se guiar por um estilo de vida que condizesse com seus valores quando começou a trabalhar em home-office, atuando neste modelo de trabalho por alguns meses, na capital paulista.Neste período, Nina tomou a decisão de morar na praia, num movimento transformador que a levou a percorrer, durante dois anos, os litorais do país inteiro.

Essa experiência compõe seus livros “Mares” e “Mergulhos”, lançamentos da editora Paraquedas, que trazem registros fotográficos (em “Mares”) e poéticos (em “Mergulhos”), que revelam um olhar sensível para um Brasil pluralizado e diverso, ao mesmo tempo em que expõem os atravessamentos íntimos e subjetivos da autora para consigo mesma.

O que motivou a escrita de “Mergulhos”? Como foi o processo de escrita? 

Estes poemas foram escritos enquanto eu estava no que eu chamo de “sabático remunerado”. Pela primeira vez na minha vida e em toda a minha carreira, eu estava trabalhando de home office e decidi me mudar para a praia. E lá me encontrei na minha mais perfeita sincronia com a natureza.

Com isso, decidi partir em uma viagem para conhecer todos os cantos do nosso País. Larguei “marido”, casa, roupas (doei tudo que tinha até ficar apenas com uma mala de mão), e continuei, apenas eu, minha malinha de mão, minha prancha e meu ukulele, para uma aventura pelo Brasil. E assim foi por quase 2 anos. Os dois melhores anos da minha vida, que me fizeram mergulhar cada vez mais para dentro de mim mesma e ter consciência de quem sou e do que realmente me faz vibrar. E Mergulhos é resultado disso. Cada poema (e cada foto, no caso do Mares) foi criado em um lugar diferente do Brasil, imprimindo nossa cultura e cada emoção sentida ao longo do caminho.

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Se você pudesse resumir, quais são os principais temas da obra? Por que escolher esses temas?

É um mergulho sobre o amor, a conexão e o autoconhecimento, temas que fizeram parte de toda a jornada que tive ao longo da viagem.

Que livros influenciaram diretamente a obra?

Essa obra veio de dentro de mim. Claro que muitos poetas e poetisas acabaram influenciando a minha escrita (nem que de forma inconsciente), mas no geral, a obra veio de dentro pra fora, inserida dentro de um contexto de vida em que eu mergulhava pelos mares do Brasil, em uma viagem não só por todos os estados do Brasil, mas para dentro de mim.

Como é o seu processo de escrita?

O texto simplesmente vem. Mas em geral, para que ele venha, eu preciso estar em plena conexão comigo e, quase sempre, isso só acontece em meio à natureza.

Quais são as suas principais influências literárias num geral?

Confesso que sou bem eclética! Gosto desde Platão até O Manual do amor próprio de Mica Rocha hehe. Amo a forma com que Rupi Kaur e Ryane Lão trazem sua essência para a escrita e como Colleen Hoover consegue trazer temas super relevantes para dentro de suas narrativas sobre o amor. Poliana sempre foi meu livro favorito e é, desde sempre, a base da minha ideologia de vida.

Como você definiria seu estilo de escrita?

Eu escrevo sobre a vida, sobre o amor e sobre a conexão. Independente do formato (poema, conto, ficção), eu quero sempre trazer a percepção da profundidade, da entrega e do amor.

Você escreve desde quando? Como começou a escrever?
Escrevo desde que me lembro por gente. Mas sempre escrevi para mim mesma. Como forma de me expressar e me conectar com minha essência. Quando pequena, entrava dentro do armário e ficava meditando lá dentro, com uma abajur e um caderno, estilo diário, sempre criando textos e poemas que trouxessem à tona o que se passava dentro de mim.

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Como foi a sua aproximação com a editora? Como foi o processo de edição?

Conheci a editora (Paraquedas) de uma forma inesperada. Fazia uns 02 anos já que eu procurava uma editora, mas não me identificava com nenhuma. Até que um dia, eu estava no Ateliê do Centro para poder imprimir algumas fotos minhas, e, chegando lá, me perdi na galeria e me deparei com uma livraria. Conversando com o dono do Ateliê, ele me passou o contato do pessoal da livraria que me encaminhou o contato das meninas. E foi conexão em primeiro papo. Logo no primeiro dia já sabia que fecharemos esse projeto.

Quais são os seus projetos atuais de escrita? O que vem por aí?

Tenho alguns esboços e outros poemas já escritos que podem, um dia, se tornar um novo projeto. Mas cada coisa no seu lugar, vamos deixar fluir…

Dia 09/09 volte aqui e acompanhe uma resenha da obra de Nina.

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