Bruna é mulher afro indígena, matriarca do Acauã e da Zaira. Escritora de poesias e projetos. Bibliotecária do Colégio Diocesano e docente no curso de Biblioteconomia – UESPI, Mestra em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Cariri, Especialista em organização de arquivos e crítica literária. Especialista em supervisão educacional e docência no ensino superior . Atuo como Coordenadora do GT – Acessibilidade, diversidade, étnico racial e decolonialidade e na Associação dos Bibliotecários do Piauí e pesquisadora nos grupos de pesquisa GEMINFO e GPIS da UESPI.
Astral
é o punhal encravado em um coração – ROSA
a dor que perfura e marca como estrela vermelha sob a terra batida
o mundo gira pombo gira em mim/ comando correntes, natureza, astros, universo obscuro
a lua que aponta o tempo que ressurjo, surjo, desapareço em uma taça com o sabor de batom doce e o ácido dos teus olhos
brilho mais que joias, mais que amores vendidos e revendidos em filtros de Belezas ásperas e fugaz
caminhei mundos
ateei fogos em estradas
abri e fechei caminhos
beijos e abraços por quem me deu um pedaço de chocolate amargo vencido e quente do sol
sou terra chama água que te bebe e o ar que te salva do clarão da meia noite de horas exatas
gargalhadas engasgadas com lágrimas de um EU – VOCÊ de mistérios
Não sou noite e nem dia Nem tempos
Passo por entre as placas de seus pensamentos quebradiços/ da certeza que o sangue é a dose de continuar.
***
Moscow mulle
De voz historiadora
Flora
De espanto
O preto
Que ilumina
O encanto
Do
Alto
Romântico
Ouvidos de samba
Mãos longas
De cinema
Molha a boca
gira devagar
o azedo
Que fala
Trata
Ensina
O erê em sua
Argola A
Guiar.
Atenção que
Intimida
Não é destino
É carta tirada
Poesia nua
Guardada
Encantada
Como o seu
Suspiro
ao
desejar.
***
Buscar
filha do mundo
do vento
do pó
da terra, que Terra?
de sussurros
estrelas sem massa
do cinza
ou azul
raios de sol ardentes
do sentir congelante das chuvas
sem nome
cor
gênero
estar.
***
Vazio
Ao vento
Suspenso
Sensível
como Fogo
João
Pai
com cheiro e mata
e o cura de fumo ao voar
de Cabeça suspensa
pés firmes na Terra
e a sabedoria em seu olhar
Aurea do pós universo
de astral do luar
e o álcool a apresentar
a mata e a caça
a desbravar.
***
Mover
estamos um pulso de se sentir
ser furacão
díficil sabedoria
saber
ser
ninguém por perto
se perto
movimenta
voa
machuca
se longe
observa
vive
protege
nada no lugar
sob quente e frio
do ceú a terra
natural e filha da natureza
giro de sentimentos
de vida
ciclos
pessoas
mudanças
Força e solitude
solidão
sorrir.
enquanto o mundo gira
giro
como O vento
coloco tudo
no seu
certo caos.