Por Diego Rojas Ajmad*
A obra poética de Gladys Mendía (Venezuela, 1975) começa em 2009 com a publicação de “El alcohol de los estados intermedios” (El Perro y la Rana, Venezuela). No mesmo ano, no Peru, seu segundo livro, “El tiempo es la herida que gotea” (Paracaídas Editores), veio à luz. A partir desse momento e ano após ano, Mendía irá construir um conjunto sólido de poemas, incluindo “La silenciosa desesperación del sueño” (2010, Paracaídas Editores, Peru), “La grita, confusión de voces” (2011, Homo Scriptum Editores, México) e “Inquietantes dislocaciones del pulso” (2012, Color Pastel, Argentina). Após um silêncio de seis anos, Mendía continua sua busca pelo discurso poético com a publicação de “El cantar de los manglares” (2018, Ediciones Filacteria, Chile), “Desde la ventana del sótano” (2021, LP5 Editora, Estados Unidos), “Telemática. Reflexiones de una adicta digital” (2021, LP5 Editora, Estados Unidos) e seu título mais recente, “LUCES ALTAS, luces de peligro” (2022), que reúne poemas escritos entre 2006 e 2021.
Esses nove volumes de poesia, nos quais se destaca o minucioso e exigente trabalho com a palavra, tiveram várias reedições, tanto na América quanto na Europa, e foram traduzidos para sueco, catalão, francês, italiano, português e inglês. Sem dúvida, a constante prática de leitura e escrita de Mendía (também fortalecida por seu trabalho como editora na LP5) tornou sua poesia uma das propostas literárias mais interessantes na Venezuela deste primeiro quarto de século.
Isso é confirmado por diversos trabalhos críticos que analisaram a obra da escritora venezuelana e também tentaram decifrar uma possível poética, caracterizada, como muitos deles afirmaram, por um convite constante à reflexão e ao espanto diante da vida.
Nesse sentido, “El alcohol de los estados intermedios” (2009) e “La silenciosa desesperación del sueño” (2010) foram lidos como metáforas da estrada, do acidente e da jornada. Valeria Zurano disse, por exemplo:
“A grande metáfora da estrada se abre para nos levar a uma jornada onde surgem percepções da realidade, reflexos do concreto, túneis infinitos que nos levarão a uma reflexão profunda e controversa sobre o significado que a existência do ser e dos objetos têm nessa realidade frágil.” (Zuriano, 2009: 6).
Algo semelhante foi dito por Freddy Ñáñez (2010), Miladis Hernández Acosta (2021), Jorge Vicente (2021) e Emma Pedreira (2022), entre muitos outros, que destacaram a imagem da estrada presente nesses primeiros volumes de Mendía como uma representação sublimada da existência, onde a vida se move por diferentes caminhos cheios de contingências.
O escritor venezuelano Jairo Rojas Rojas encontrou um tema semelhante ao da tragédia da existência no volume de poemas “Inquietantes dislocaciones del pulso”, publicado por Mendía em 2012 na Argentina, uma obra dedicada às Mães da Plaza de Mayo:
“O fato de o livro ‘Inquietantes dislocaciones del pulso’ de Gladys Mendía ser dedicado às Mães da Plaza de Mayo não é um detalhe menor; pelo contrário, esta linha inicial é o tema central ao redor do qual os poemas se movem, anunciando a intensidade que encontraremos na leitura e prefigurando, com esse afeto, uma linguagem sustentada em um admirável equilíbrio entre a voz íntima e a empatia pelo outro; ou pelos outros, as mães e sua dolorosa história que continua a mexer. Grandes catástrofes pessoais e também históricas são reconhecidas pelo silêncio estupefato que deixam em seu rastro, como uma emoção que exige uma linguagem diferente da comum para transmitir sua essência.” (Rojas Rojas, 2020: 37).
Talvez tenha sido Daniel Arella o primeiro a ler em conjunto os diferentes volumes de poesia de Gladys Mendía e, diante da totalidade da obra, pôde perceber uma constante, um tema que a atravessa. Em seu ensaio crítico sobre “La grita, confusión de voces”, de 2011, um texto inspirado nas “Moradas do Castelo Interior” de Santa Teresa de Ávila, Arella descreveu a figura que se formava ao reunir as diferentes obras da escritora venezuelana:
“É característico da poética de Gladys circunscrever uma reflexão filosófica a partir de situações limites fulminantes. Assim como nos livros ‘El alcohol de los estadios intermedios’ (2009) e ‘La silenciosa desesperación del sueño’ (2010) – que giram em torno do acidente de carro e de uma ironia metafórica do perigo –, mergulhamos em um lirismo de sintaxe caleidoscópica devido ao uso da repetição, como motivo diante da impossibilidade de alcançar uma linguagem que não se quebre como se estivesse doente ou se curasse a si mesma.” (Arella, 2020: 71-72).
Embora Arella enfatize o aspecto da linguagem, as tensões que a autora exerce sobre sua expressão para nomear o que a machuca, ele também menciona de passagem um elemento que se mostra como um tema de maior relevância na poética de Gladys Mendía, um fio de Ariadna que percorre toda a sua obra: as “situações limites”.
A expressão “situação limite”, como se sabe, tem origem nos postulados da filosofia existencialista, particularmente a partir da obra de Karl Jaspers (1883-1969), e designa aqueles eventos trágicos que são inerentes à vida e com os quais, após sua aceitação, conseguimos reafirmar nossa condição e existência:
“São situações das quais não podemos escapar e das quais também não podemos alterar. A consciência dessas situações é, depois do espanto e da dúvida, a origem ainda mais profunda da filosofia. Na vida cotidiana, tentamos evitá-las fechando os olhos e agindo como se não existissem. Esquecemos que todos nós temos que morrer, esquecemos nossa culpa. Esquecemos nossa dependência da casualidade. Só enfrentamos situações concretas que modificaremos conforme a conveniência e diante das quais reagiremos de acordo com os padrões de comportamento determinados por nossos interesses vitais. Em contraste, diante das situações-limites, reagimos ou ocultando-as o máximo possível ou, quando as percebemos realmente, com desespero e com uma reconstituição. Tornamo-nos nós mesmos por meio de uma transformação da consciência de nosso ser.” (Jaspers, 1989: 25).
Assim, diante da morte, do sofrimento, da luta, da culpa ou da contingência do acaso, os seres humanos têm a oportunidade de transcender a si mesmos, de se apegar à existência e obter outra consciência após enfrentar essa experiência limite e pensá-la adequadamente. Na poesia de Gladys Mendía, essas situações limites sempre se manifestam como queda, descida, salto pela janela e, a partir desse abismo, ressurgem com uma atitude e consciência diferentes. Enfrentam a tragédia para se reconstituírem e reafirmarem sua existência.
Por exemplo, em “El alcohol de los estados intermedios” (2010) – que lembra a estrutura de “Altazor” de Vicente Huidobro, também uma obra sobre a queda e a descida -, encontramos vários versos em que essa imagem concreta da situação limite se repete:
“seguimos à espera do temporal
para que ao final nos arremesse pela janela do barco
então a neve nos crave seus caninos gotejando
a neve negra que arde sem cinzas
nós os desfocados
os nomeados
os confusos” (p. 24).
“…será que você quer compartilhar minha chuva
como mangas caindo lentamente
como mangas desesperadas” (p. 36).
Talvez não seja por acaso que, na edição bilíngue de 2021 de “El alcohol de los estados intermedios”, a autora tenha adicionado uma citação de Byung-Chul Han, enfatizando a efemeridade e a descontinuidade da existência; ou seja, o acaso que gera a situação limite proposta por Jasper. A citação de Han é a seguinte:
“As coisas que persistem, subsistem ou insistem não são elegantes nem bonitas. Bonito não é o que se destaca, mas o que se retrai; bonito não é o fixo, mas o flutuante. Bonitas são as coisas que carregam as marcas do nada, que contêm em si os vestígios do seu fim, coisas que não são iguais a si mesmas. Bonito não é a duração de um estado, mas a fugacidade de uma transição. Bonito não é a presença total, mas um aqui coberto por uma ausência, que, devido ao vazio, é menor ou mais leve. Bonito não é o claro ou o transparente, mas o que não está nítidamente delimitado, o que não está claramente diferenciado, mas que precisa ser diferenciado do difuso.” (Mendía, 2021: 10).
O próximo livro de poemas, “La silenciosa desesperación del sueño” (2010), pode ser lido como uma continuação da jornada e da queda representadas anteriormente em “El alcohol de los estados intermedios”, mas desta vez com um tom irônico, já que a própria autoestrada se apresenta como um sujeito humanizado, constantemente refletindo sobre seu ser e seu fazer:
“os barrancos e sua beleza
por que não vamos para o barranco” (p. 27).
“a autoestrada não sabe que tudo é um grande barranco disfarçado” (p. 28).
“o tempo são as minúsculas partes a sonhar que flutuam
pensam que são transparentes
acreditam que voam
mas é o prelúdio da queda” (p. 31).
É importante observar que o título deste segundo livro de poemas apresenta o sonho como uma fuga do estado de angústia, como esse “fechar de olhos” mencionado por Jaspers, que nos permite temporariamente e em vão evitar a tragédia. Geralmente, assume-se que o sonho (tanto o sonho fisiológico quanto o devaneio), essa ilusão, é um repouso que nos traz de volta à calma, nos proporciona um hiato na existência para voltarmos no dia seguinte como se nada tivesse acontecido, mas na realidade é apenas a continuação da queda, da angústia, do fracasso, da perda, da morte que chegará cedo ou tarde e que permanecerá ali enquanto a situação limite não for enfrentada.
Em seguida, em 2011, Mendía publicou “La grita, confusión de voces” (2020). Este livro de poemas tem como hipotexto “Las moradas del castillo interior” de Santa Teresa de Ávila (1515-1582), obra da mística espanhola que representa a alma como um castelo de cristal, com sete moradas que devem ser alcançadas em uma jornada ascendente para alcançar a comunhão com Deus. Mendía usa a mesma metáfora dos degraus que Santa Teresa usou e, após a subida dos sete degraus, a queda se manifesta:
“rolando pelo chão em voltas de canela
conheço bem cada lasca afundando nas costas
gostaria de encontrar o silêncio
gostaria
mas não sei” (p. 14).
“estava pensando, irmãzinhas, na neve
os cristais explodindo
nós caindo como rosas de gelo nos poços
há tantos quartos quantos batimentos
há tantas janelas quantos espelhos
o vento enfurece as cortinas
as fotos
as figuras do armário e caem
caem porque tudo cai
finalmente” (p. 16-17).
Em seu livro de poemas de 2012, intitulado “Inquietantes dislocaciones del pulso” (2020), também encontramos inúmeras referências à queda, inclusive no primeiro texto, “Dislocación anatómica de los grafitis”, mas é no último poema, “Sobrevolando el subterráneo crujir del río”, que as imagens se apresentam de forma ainda mais potente:
“não há nada mais terreno do que um rio arrastando suas águas arrastando suas bolhas carregando pedras e ossos nas costas o rio morte que nunca descansa água doce mas frio não é a inclinação da terra que faz o rio descer o rio desce porque precisa descer buscar sua queda” (p. 22).
“a língua dos falecidos são as bolhas do rio por isso não há tempo em seu CAIR um dia engoli tanta água que meu corpo continha a pesada morte rastejando depois era uma bolha engolida por um peixe e subi contra a corrente subi ao profundo onde as pedras e ossos são nuvens sobrevoando o rangido subterrâneo do rio” (p. 23).
Por fim, em sua obra mais recente, “LUCES ALTAS, luces de peligro” (2022), Mendía oferece uma maior conscientização sobre o tema da queda ao intitular a segunda parte do livro como “A matéria da descida”. Esta parte é precedida por três epígrafes, um de Rimbaud (“A vida é a farsa / que todos nós temos que levar adiante”), outro de Gérard de Nerval (“Apesar de tudo, me sinto feliz pelas convicções que adquiri, e comparo essa série de provações que sofri ao que os antigos significavam como a ideia de uma descida aos infernos”) e outro de Bob Dylan (“Por trás de toda beleza sempre houve alguma dor”). Com eles, o tema da situação limite expressa pelo motivo da queda é anunciado ao leitor.
o tempo é a morada do rito eu me perco e
me desgasto no tempo eu me realizo na curta vida
das sombras
leio as pedras o pó a palmeira e o caos
criar é equivocar-se de erro em erro
constrói-se a voz rio nascido da tempestade
e a queda (p. 55).
É evidente que o motivo da queda e subsequente ascensão é fundamental na poesia de Gladys Mendía. A presença desse motivo é constitutiva de sua poética e estabelece vínculos com uma tradição da literatura universal, que vai desde Gilgamesh, Odisséia, Eneida, Divina Comédia, Dom Quixote de La Mancha, os poemas de São João da Cruz e Santa Teresa de Ávila, entre muitos outros. Essas obras compartilham a existência de um “herói” ou voz poética que perde tudo, cai em um estado de completa diminuição de tudo o que havia ganho, de toda a beleza, harmonia e paz… e nesse estado terrível faz as perguntas fundamentais, passa por experiências em que aprende muitas coisas, adquire sabedoria ou pelo menos um entendimento mais amplo e profundo da vida. Em suma, percebe que para ganhar é preciso saber perder.
Em outras palavras, a poesia de Gladys Mendía é permeada pelo motivo da anábasis e da catábasis.
Essas duas palavras de origem grega são partes fundamentais na estrutura de toda história do herói. Portanto, é comum encontrar na maioria das obras literárias que o protagonista descobre (ou lhe dizem) que sua existência não está completa e que, para remediar essa situação, deve procurar algo que não tinha (um objeto, uma pessoa, um conhecimento…). Nessa jornada (real ou simbólica), com altos e baixos, o herói eventualmente conquistará o que procura e depois retornará ao seu ponto de origem, sendo uma pessoa diferente (Villegas, 1978).
A catábasis se refere a uma das fases desse trajeto, a descida, o encontro em um lugar ou estado onde enfrenta horrores, tanto próprios quanto alheios, e depois sobe (anábasis) para encontrar finalmente a sabedoria, uma nova vida. Conhecido também como “viagem ou descida aos infernos”, esse motivo tem uma longa tradição que foi analisada por diversos pesquisadores.
É essa tradição da catábasis e da anábasis, que Northrop Frye (1968) considerou como “the framework of all literature”, que encontramos na obra poética de Gladys Mendía, com suas próprias transformações e variações, proporcionando-nos um sujeito lírico que traça seu caminho de transcendência no meio das tragédias de nosso tempo e que tem na escrita uma arma de dois gumes, um “cavalo de Troia da vida” (Mendía, 2022: 73), que permite ser e, ao mesmo tempo, impõe limites ao que deseja dizer e não pode.
Referências Bibliográficas:
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Frye, Northrop (1968) The Educated Imagination. Bloomington: Indiana University Press.
González Serrano, Pilar (1999) “Catábasis y resurrección”. Em: Espacio, Tiempo y Forma, Madrid, II, 12: 129-179.
Hernández Acosta, Miladis (2021) “Sin título”. Em: Mendía, Gladys. O desespero silencioso do sonho. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
Jaspers, K. (1989) Introducción a la filosofía. Barcelona: Círculo de Lectores.
Mendía, Gladys. (2010) La silenciosa desesperación del sueño. Lima: Paracaídas editores.
_____________. (2010) El alcohol de los estados intermedios. Fortaleza, Brasil: Coleção de Areia.
_____________. (2020) La grita, confusión de voces. Edición bilingüe español / inglés. Terceira edición. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
_____________. (2020) Inquietantes dislocaciones del pulso. Edición especial. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
_____________. (2021) El alcohol de los estados intermedios. Sétima edição, bilingüe. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
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Ñáñez, Freddy (2010) “Lo huido y lo permanente en los alcoholes de los estados intermedios”. Em: Mendía, Gladys. El alcohol de los estados intermedios. Fortaleza, Brasil: Coleção de Areia.
Pedreira, Emma (2022) “120 km/h”. Em: Mendía, Gladys. LUCES ALTAS, luces de peligro. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
Rojas Rojas, Jairo (2020) “Dislocar el lenguaje”. Em: Mendía, Gladys. Inquietantes dislocaciones del pulso. Edición especial. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
Vicente, Jorge (2021) “Prefacio. Uma flor de barranco”. Em: Mendía, Gladys. O desespero silencioso do sonho. Fox Island, EUA: LP5 Editora.
Vilanova, Ángel (1993) Motivo clásico y literatura latinoamericana (El viaje al Averno en Adán Buenosayres, Pedro Páramo y Cubagua). Mérida: Solar.
Villegas, Juan (1978) La estructura mítica del héroe. Barcelona: Planeta.
Zuriano, Valeria (2009) “Sin título”. Em: Mendía, Gladys. La silenciosa desesperación del sueño. Lima: Paracaídas editores.
Diego Rojas Ajmad (Valera, Venezuela, 1974) Doctor en Letras por la Universidad de Los Andes. Profesor de la Universidad de Guayana y de la Universidad Católica Andrés Bello. Es autor de varios libros y artículos relacionados con la historia, la teoría y la crítica literarias. Entre sus libros se cuentan: Mundos de tinta y papel. La cultura del libro en la Venezuela colonial (USB, Editorial Equinoccio, 2007), Estampitas merideñas (Instituto Merideño de la Cultura, 2010), Revista Válvula: edición facsimilar (ULA, 2011), Estampitas guayanesas (UNEG, 2016), Para una historia literaria desde la complejidad. La historiografía de la literatura venezolana y sus tramas (Editorial Académica Española, 2017) y Posciudades. Manual de uso para ciudadanos nostálgicos y esquizofrénicos (UCV, 2017), Revista Cantaclaro: edición facsímil (ULA, 2023), entre otros. En el 2006 ganó el premio único de la Bienal Latinoamericana de Ensayo Enrique Bernardo Núñez. En el 2007, el concurso “Cuentos sobre rieles” y en el 2017 obtuvo el primer lugar en el premio de ensayo “Caracas 1567-2017”. Es columnista de Prodavinci y del Correo del Caroní. [email protected]
Gladys Mendía (Venezuela, 1975) Escritora e editora. Tradutora de português, fazendo parte da equipe de tradução do Atlas Lírico da América Hispânica (Brasil). Foi bolsista da Fundação Neruda (2003 e 2017). Participou do Workshop de Criação Poética com Raúl Zurita (2006). Publicou em diversas revistas literárias, assim como em antologias, sendo a mais recente “Temporary Archives, Poems by women of Latin America,” editada por Juana Adcock e Jèssica Pujol Duran, ARC Publications, 2022, Reino Unido. Seus livros mais recentes são “El cantar de los manglares” (2018), “Luces altas luces de peligro” (2022) e “Aire” (2023). É editora fundadora da Revista de Literatura y Artes LP5.cl e LP5 Editora (desde 2004), do projeto Anasyrma: Video encuentros de Mujeres Iberoamericanas, da Feria de Escritores y Editores Migrantes (FEM), e co-fundadora da Furia del Libro (Feira de Editoras Independentes, Chile). Como editora, desenvolveu mais de vinte e cinco coleções, abrangendo poesia, narrativa, ensaio e audiovisual, publicando mais de 500 autores.