6 Poemas de Kristin Dykstra (Estados Unidos, 1970)

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Tradução e apresentação de Floriano Martins ]

Kristin Dykstra (Estados Unidos, 1970) é escritora, tradutora literária e professora de literatura no Saint Michael’s College, uma universidade de Vermont. Entrevistas recentes com ela foram publicadas em periódicos como Words Without Borders e Rialta. Atualmente mora nas encostas daquele estado do norte, foco geográfico de seu novo manuscrito de poemas, próximo à fronteira canadense. Fragmentos do manuscrito foram publicados em Lana Turner: A Journal of Poetry and Opinion, Seedings, e em formato digital com The Hopper. Outros serão publicados com Clade Song, Almost Island, e com traduções de Tina Escaja para o espanhol, em La Noria. Dykstra é a tradutora principal de The Winter Garden Photograph (Ugly Duckling Press, 2019), de Reina María Rodríguez, Prêmio PEN América 2020 de Poesia em Tradução e finalista do Prêmio Nacional de Tradução do mesmo ano. Ela é também coeditora, com Kent Johnson, de Materia Prima (Ugly Duckling Presse, 2019), a primeira antologia de poesia de Amanda Berenguer (Uruguai) com tradução para o inglês, finalista do prêmio de melhor livro traduzido na categoria poesia, 2020. Sua tradução do Manual Destrutivista de Escaja, foi publicada em edição bilíngue em 2016. Em 2014 e 2016, a editora University of Alabama publicou quatro edições bilíngues com suas traduções de poesia cubana: livros completos de Rodríguez, Juan Carlos Flores, Ángel Escobar e Marcelo Morales. Dykstra ganhou o Prêmio da Costa do Golfo de Tradução Literária com fragmentos do livro de Morales. Coeditou a revista multilíngue Mandorla: New Writing for the Americas # 7-16, com Roberto Tejada e Gabriel Bernal Granados. Seus estudos acadêmicos mais recentes incluem capítulos sobre os poetas Daniel Borzutzky (EUA) e Soleida Ríos (Cuba). Kristin Dykstra ganhou o Dean’s Award for Academic Achievement (2007-2008) na Illinois State University, onde trabalhava no departamento de Inglês/Literatura.


MOTOSERRAS SOANDO NO INÍCIO DO OUTONO

Uma vez que as nações permanecem contidas dentro de suas fronteiras, elas são forçadas a se verem como nada menos do que conflito, como a fonte mais valiosa. Quem sou eu para existir? Alguém ainda se apega ao coração. Alguém agarra uma lente arranhada com graxa para os dedos.

Em desacordo, estão todas as nossas atribuições. Em seguida, a réplica, essas arquiteturas vazias onde quer que haja resistência. Parques de estacionamento, calçadas, placas de aquecimento. Servidões para futuros mais alinhadas com medos futuros. Carentes de banheiros públicos.

Transforma teu rosto, assim está bem. Isso é uma casquinha de sorvete. Um céu azul ficou tão escuro que … Aspirante, teus rostos públicos, observa-os antes de partirem.


[FECHA A PORTA]

Fecha a porta, uma figura angular, um grito de fora para fechar o laço, ficar atento, os riscos, os sons do risco. Essa corrida de medo exige que nossas áreas cinzentas do norte desapareçam, que as florestas cinzentas do norte sejam muradas, fortemente iluminadas com bordas negras, as cidades devem ser fechadas, eles não querem documentação de como a guerra é travada, será negra, desdobrar o brilho do reconhecimento facial silenciosamente, fácil, tornava tudo dentro da caixa preta de 160 quilômetros idêntica a si mesma. Desdobrar, fazer com que tudo pareça os sonhos do passado da pátria, conteúdo, exilado de todos os outros símbolos. As vozes prendem as pessoas. Uma generalização fácil. Desconectar… Moscas nas linhas das janelas: uma época do ano.


[VIGILANTE, UMA FIGURA QUE AVALIA]

Vigilante, uma figura que avalia todas as probabilidades do inverno. Equinócio outonal pairando nas proximidades. Arranhões do cão de resgate ainda agressivo se alinham na porta do lado do motorista. A franja de hortelã: suas fileiras se expandiram nas flores. Uma floresta, uma abelha. Monstruosidades cívicas. Guarda-as para ti enquanto desapareces ao longo do caminho. Polis ia ser e estar tão espancada. Mesmo trabalho, menos dinheiro. Mas devolva este contrato dentro de 48 horas. Afinal, o que é esse subemprego? A isto chamamos história.


[NO LADO OPERACIONAL DA MONTANHA]

No lado operacional da montanha. Instalação de energia eólica, uma energia de infrassom atrativa em uma turbina localizada sem impactos adversos indevidos na atratividade da montanha. Avaliação, perspectivas móveis de alguns caminhos mais distantes. Pós-avaliação, assobios e rugidos e batidas e guinchos e estalidos através das fundações do bem público próximo ao perfil da montanha. À sua vista. O que marca um perfil? Lá, além do lado ativo da montanha, além desse limite, nós nos abandonamos.


[ERA UMA VEZ UM GRANDE MOINHO]

Era uma vez um grande moinho. A ponta do dedo corta em uma medida, encurtada em uma medida, uma medida do movimento da máquina ou um falso início da figura do dedo. Carpintaria, quem poderia julgar agora? Uma cenatual de fabricação: a serra nas mãos de um jovem desatento, a serra cortando pedaços de tábuas mal direcionadas para o outro lado da casa. Realinhamentos. Era uma vez esta cidade maior do que todas as outras, inclusive a cidade no lago. Agora, suas fileiras desesperadas se expandirão. Um velho levanta o que resta do dedo. Sua parte maior, e um sopro de tempo de evaporação.


[A LUZ DESCANSA SUAVEMENTE]

A luz descansa suavemente na estrada compacta, paira sobre os caixilhos das folhas. Pedaços de argila e cascalho desaparecem com o passo dos pés. Quando o caminhão de petróleo chegou, seu pessoal rodava em gerações, o mais jovem no presente prático, o mais velho falando de história nas sombras da garagem. Os olhos se enrugam em torno da passagem de um culto familiar para a manhã seguinte. A etapa entre um serviço comercial e o seguinte, dentro de uma temporada. As novas e velhas botas de borracha necessárias para o trabalho, colocadas sob uma luz que se repete.

1 comentário em “6 Poemas de Kristin Dykstra (Estados Unidos, 1970)”

  1. Tão bom ler estes belos poemas (agora em português!) desta querida amiga distante. Há anos não nos vemos pessoalmente, desde que fomos colegas no doutorado na SUNY, Buffalo e eu retornei ao Brasil. Parabéns, Kris! You rock, baby! Good luck and keep on publishing! Parabéns também ao tradutor.

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