3 Poemas de Rebeca Bolaños C. (Costa Rica, 1973)

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Curadoria e tradução Floriano Martins

Rebeca Bolaños C., nasceu na Costa Rica em 1973. Formada em Relações Públicas e Comunicação, atualmente cursa Belas Artes, tem empresa própria e colabora com mentoria para empresas culturais. Iniciou sua produção poética em 2014 na oficina Tráfico de Influencias e publicou seu primeiro livro em 2017. A partir de então lançou uma série de resenhas na plataforma de seu projeto literário Palabra y PUNTO, atividade que busca explorar diversas ações relacionadas ao livro, à linguagem e à literatura como objeto de arte. Atuou como Produtora Executiva do Festival Internacional de Poesia da Costa Rica.


ANGÚSTIA

Há dias como hoje,
que tenho urgência de sexo
em lençóis limpos.
Me dá vontade
de abrir em duas as portas
e de repente entrar na casa
em que vivem meus desejos
quando sais em turnê
em seus velhos caminhões.
Mas hoje eu ficarei
como em outras vezes,
detrás da porta fechada,
sem poder inundar minha urgência,
fora da festa
e da vida.


CALEIDOSCÓPIO

Corpo, alma, mente,
somos ternários,
mas às vezes esquecemos
que uma trindade modela o prisma,
e que um prisma refletido,
é muito mais do que três formas.
Somos ternários
mas nessa trindade,
nos transformamos,
integramos oito formas,
seis, quatro,
segundo as cores e desenhos,
segundo eles giram, se entrelacem, se multipliquem
no espaço de uma vida.
Somos mente, alma e corpo
mas também somos terra, água, ar,
sangue de um animal ferido,
os filhos não nascidos,
tristeza, tédio, dor.
Somos ternários
como prismas refletimos formas e cores,
ruídos e silêncios,
traços, experiências,
dores, alegrias e medos,
desenhos que se misturam e se multiplicam
no grande túnel que somos.


MAPA

Destilo meus líquidos
quando entras em meu território,
lua seca,
astro humano,
maná.
Me exploras bem dentro
e na terceira hora
acabas em meus lábios.
Teu beijo em minha boca,
tua mão em meu peito,
teu corpo em meu atlas.

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