3 Poemas de María Candelaria Rojas Paz (Argentina, 1977)

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Curadoria de Floriano Martins
Tradução Elys Regina Zils

Maria Candelaria Rojas Paz (Argentina, 1977). Bacharel em Artes, Professora de Artes Plásticas e Professora de Expressão Corporal. Oferece várias conferências, cursos, oficinas e atividades socioculturais, literárias e artísticas desenvolvidas em vários campos, educacionais e terapêuticos, em instituições privadas e no Ministério de Educação e Cultura da Província de Tucumán e da Nação, na Argentina. A sua obra poética foi publicada em várias antologias de editoras de renome como El Planeta de los Monos, Camelia – Mujeres que toman té. Poetas latinoamericanas, La certeza del Búho, entre outros. Recebeu mais de 30 distinções em prêmios nacionais e provinciais. Entre seus livros, La Gota (2015) e Carne de Flores (2022). Algumas de suas obras foram musicadas por renomados compositores argentinos como Gerardo Núñez, Lucho Hoyos, Martín Raninqueo, Laura Vallacco e Adrián Temer.


CARNE DE FLORES

Não falo mais de ti.
És é a pele quebrada do que fomos.
Outono desossado.

Eu canto para as flores
mudas transbordando
inocência de não saber
abrindo caminho para o jardim da parca.

Tudo é marrom no depois,
unidade constante
da cor
de todas as pétalas do mundo.


IDADE

Idade transatlântica,
tempo que torce agulhas.
Areia tornada lava.

Quanto tácito
                  imperfeito
          suburbano
                                     pode ser Deus
                                                         com seu relógio
                injusto
                            oxidado
sermão ridículo em ritmo constante

para esmagar
a finitude imediata
dos homens.


CREIO

Creio em um ser terrestre
de couro sedento e quebrado.
Creio nas rajadas dos ventos
e no lento crepitar dos ramos.
É que não creio em asas sem voo
ou em fumaças perfumando nosso infortúnio,
creio apenas na madeira acesa
na queda dos troncos das árvores
rompendo o silêncio da noite.
Creio
na sombra morrendo.

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