Curadoria de Elys Regina Zils
Tradução de Floriano Martins
Estefânia Almonacid Velosa. Nasceu em Bogotá (1991), é jornalista e possui mestrado em Estudos Literários pela Universidade Nacional. Autora da coletânea de poemas Zalamera, uma homenagem à salsa e ao bolero, da editora Piedra de Toque (2021). Sua obra poética e crônica foi publicada em diversas antologias nacionais e internacionais e em seu blog de jornalismo literário “Los desvelados”. Em 2021 foi contemplada com a bolsa de Jornalismo Cultural e Crítica Literária, do Idartes, com o projeto intitulado: “Um passeio por Bogotá com Emilia Pardo Umaña”. Em 2022 publicou o livro de crônicas Emilia por Bogotá, que narra os passos em Bogotá de uma pioneira do jornalismo narrativo na Colômbia.
BLUE IN GREEN
No rádio um homem toca trompete
o céu estremece entre os prédios de Nova York.
É preciso tirar a roupa e ir para a cama para ouvi-lo.
Os despertadores são desligados
há tempo suficiente
adivinhar a cor das roupas em fotos antigas.
Vale a pena abrir uma lista telefônica
encontrar quem revelou as silhuetas nas penteadeiras.
O trompete continua a soar
não há necessidade de acender as lâmpadas ao pisar em carpetes.
As luzes dos carros desenham hieróglifos no rosto.
Colocar uma cadeira na frente da janela
cheirar o café da jarra e voltar para a cama
esperar a noite chegar para invocar Miles Davis.
AMULETO
Minha mãe guarda em uma gaveta
os vestígios de meus primeiros passos.
Na chegada do labirinto
secretamente procuro as marcas.
São o enigma
a correspondência na direção do voo
e o sinal que enlaça o relâmpago no ventre.
Esses passos são a coragem sustentada na terra.
NA TERRA COMO NO CÉU
Eu teria tudo no ar
nunca é suficiente com o asfalto,
a fuga e os disfarces de pássaros.
Escolho construir escadas
planejar caminhadas, tropeçar nas nuvens
e ser um pássaro azul – atleta olímpico –
no topo dos pódios.
SALVA-VIDAS
Minha irmã parou de se agarrar às algas
quando retornou aos seus retratos:
o dente de leão no bolo
fazer um pedido ao soprar
a festa nos carrosséis.
Com um nenúfar no dedo indicador
a pequena Ivón
conseguiu sair do oceano.
? Cómo documentarían un escritor colombiano en el exilio, no conocido? Gracias